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Vírus: Centros de pesquisa no Brasil alvo de investigação criminal

LUSA
06-02-2020 18:41h

O Instituto Evandro Chagas (IEC), um dos centros de pesquisa sobre o novo coronavírus no Brasil, está a ser investigado por alegadas irregularidades na compra de materiais de laboratório, anunciou hoje a polícia.

A Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão na sede do instituto, localizada no estado brasileiro do Pará, na região norte do país.

Com base em levantamentos preliminares, há suspeitas de irregularidades em pelo menos dez licitações, que juntas somam mais de 26 milhões de reais (5,5 milhões de euros).

Em comunicado, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro divulgou que a ação, nomeada de Operação Parasita, teve início a partir de denúncias realizadas por um cidadão num canal de denúncia.

Após realizar inspeções e levantamentos para apurar os factos, a diretoria do Instituto Evandro Chagas levou a situação ao conhecimento da Controladoria Geral da União (CGU) e do MPF.

“As fraudes investigadas ocorreriam desde o processo de seleção de fornecedores até à execução de contratos de fornecimento de insumos laboratoriais. Foram detetadas, em editais de licitações, cláusulas que restringiam a competição e acabavam por favorecer a empresa investigada”, explicou o MPF.

Além disso, os investigadores afirmam ter verificado sobrevalorização por quantidade e por preço do material de laboratório comprado, além do que foi aceite, no ato da entrega, de produtos que não correspondiam ao que era solicitado.

Esta semana, o Instituto Evandro Chagas referiu que iniciou um conjunto de ações para realizar testes e detetar casos do novo coronavírus, descoberto na China.

O Instituto Evandro Chagas está vinculado ao Ministério da Saúde e é referência nas áreas de pesquisas biomédicas e na prestação de serviços em saúde pública.

A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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