Sete pessoas com passaporte português encontram-se em quarentena a bordo de um cruzeiro com cerca de 3.600 pessoas em Hong Kong, por receio de que possa haver casos do novo coronavírus no navio, disse hoje o Governo de Macau.
Minutos antes, em conferência de imprensa, as autoridades de Macau tinham apontado para três o número de portadores de passaporte português, mas uma atualização de última hora aumentou esse número para sete.
O executivo desconhece se essas sete pessoas são residentes de Macau.
Se forem residentes de Macau, as autoridades de Hong Kong vão comunicar com as autoridades daquela região, caso contrário “vão comunicar com os serviços consulares” de Portugal, disse o chefe de prevenção e Controlo de Doença de Macau, Lam Chong, em conferência de imprensa.
Há ainda 15 residentes de Macau a bordo do navio.
O Consulado Geral de Portugal estima que existam 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong.
Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.
Cerca de 3.600 pessoas foram mantidas num navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para serem submetidas a exames médicos depois de três passageiros chineses, que haviam viajado anteriormente naquele navio, serem confirmados como portadores do novo coronavírus.
Na manhã de quarta-feira, uma equipa das autoridades de saúde de Hong Kong embarcou no World Dream para realizar inspeções médicas a 1.800 passageiros e 1.800 tripulantes logo após o navio atracar no terminal Kai Tak em Kowloon, que chegou depois de ser rejeitado pelas autoridades de Taiwan.
As autoridades de Macau adiantaram também que cinco residentes do território que se encontram a bordo de um cruzeiro japonês, de quarentena ao largo de Yokohoma, dos quais três viajaram com o passaporte português, mas são residentes de Macau.
Nesse navio nipónico, 20 pessoas estão infetadas com o novo coronavírus.
O navio, que na quarta-feira se afastou da costa para limpezas, vai voltar a ficar ancorado no porto de Yokohoma, a sul de Tóquio, para aprovisionamento, enquanto os infetados serão levados para centros médicos na região.
A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.694 novos casos.
A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica na terça-feira.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.