SAÚDE QUE SE VÊ

Vírus: Funcionários de empresa em Taiwan afastados do trabalho mais uma semana

LUSA
06-02-2020 10:56h

Os trabalhadores de uma empresa de equipamentos eletrónicos vão ficar afastados do trabalho por pelo menos mais uma semana para combater a propagação do novo coronavírus, disse hoje a companhia de Taiwan Foxconn, principal fornecedora da norte-americana Apple.

A Foxconn havia relatado anteriormente que uma de suas principais bases de produção na China, em Zhengzhou (centro), apelidada de "iPhone city", retomaria as operações em 10 de fevereiro, após uma extensão das férias do Ano Novo Lunar chinês devido ao surto do novo coronavírus na província de Hubei.

Entretanto, o grupo de Taiwan anunciou hoje que os seus trabalhadores, qualquer que seja a sua região de origem, serão colocados em quarentena por um período que varia de sete a catorze dias após o retorno das férias do Ano Novo chinês.

A empresa diz estar a cumprir as instruções das autoridades locais.

Não se sabe quantos funcionários serão afetados.

A Foxconn é o maior empregador do setor privado na China, com mais de um milhão de pessoas a trabalhar nas suas cerca de 30 fábricas e instalações de investigação no país.

Autoridades da maior parte da China ordenaram que empresas e fábricas fiquem fechadas até pelo menos 09 de fevereiro para conter a epidemia de pneumonia viral que atinge sobretudo a região central do país.

A Foxconn, cujo nome oficial é Hon Hai Precision Industry, é a maior fabrica que produz equipamentos eletrónicos no mundo. Muitas empresas de tecnologia dependem disso para a produção de bens de consumo, desde iPhones da Apple até televisões de tela plana e computadores portáteis.

O grupo de Taiwan esforçou-se por tranquilizar os seus clientes quanto ao risco de uma quebra na cadeia de suprimentos, garantindo que já foi confrontado no passado com uma outra epidemia viral, a síndrome respiratória aguda grave (SARS) em 2003.

No entanto, a Foxconn revisou a sua previsão de crescimento de vendas em 2020 para baixo, antecipando um aumento entre 1% e 3%, contra um intervalo de 3% a 5% anteriormente esperado, disse o seu presidente Young Liu, citado por a agência Bloomberg.

Taiwan, por sua vez, relatou 11 casos confirmados de contaminação por coronavírus, e Taipei anunciou hoje que agora proibirá a entrada de todos os estrangeiros que viajaram para a China continental, Hong Kong ou Macau nos últimos 14 dias.

A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica na terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

MAIS NOTÍCIAS