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Vírus: Conselheiro das Comunidades em Macau diz que portugueses estão calmos, em casa

LUSA
06-02-2020 10:30h

O Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Macau disse hoje à Lusa que a população lusa no território está calma, em casa, como medida de prevenção para evitar a propagação do surto do coronavírus chinês.

“A maior parte da comunidade portuguesa está calma, serena, em casa”, sublinhou José Pereira Coutinho.

As pessoas "estão calmas, à espera de novidades. Acredito que as coisas vão passar”, acrescentou aquele que é também o único deputado português na Assembleia Legislativa (AL) de Macau.

O conselheiro elogiou as medidas exceccionais decretadas pelo Governo de Macau, frisando que “estão a ser bem recebidas pela maioria da população de Macau”, nomeadamente “aquelas que têm a ver com o fecho temporário dos casinos”.

Para Pereira Coutinho, “foi uma medida acertada que o chefe do Executivo tomou, de fechar [os casinos] temporariamente por 15 dias, até nova avaliação, [o que] faz com que a comunidade portuguesa e local esteja serena”.

O primeiro caso de infeção do novo coronavírus em Macau já teve alta médica, disse hoje à Lusa fonte dos Serviços de Saúde do território.

Com esta decisão, Macau passa de dez para nove casos confirmados.

O Governo de Macau enviou milhares de funcionários públicos para casa, onde continuam a trabalhar, mas à distância, outra das soluções para combater os perigos do surto que começou numa cidade do centro da China, Wuhan, capital da província de Hubei.

Macau fechou os casinos e anunciou o encerramento de espaços culturais e desportivos, bem como de todo o tipo de negócios, o que praticamente está a paralisar a economia.

O cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse hoje à Lusa que os portugueses nestes dois territórios que não estejam a trabalhar, devido ao surto do novo coronavírus, podem considerar rever a família em Portugal.

“Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa atividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, escreveu Paulo Cunha-Alves, num e-mail enviado à Lusa.

O diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”.

Na mesma nota, Paulo Cunha-Alves reforçou que “devem ser evitados quaisquer locais de forte afluência de público, devendo ficar em casa nos próximos dias todos aqueles que estejam dispensados do trabalho pelas autoridades e pelos empregadores”.

Paulo Cunha-Alves acrescentou que o consulado tem recebido “alguns pedidos de informação e de esclarecimento”, na maioria dos casos “relacionados com documentação de viagem e alguns pedidos de aconselhamento sobre a postura a tomar perante a crise de saúde atual”.

O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone 00 853 2835 6660, pelo email macau@mne.pt ou através de mensagem na respetiva página da rede social Facebook.

Apesar do encerramento dos serviços consulares, foi criado um piquete de atendimento para dar resposta aos casos mais urgentes.

O Consulado geral de Portugal estima que existem 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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