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Vírus: Casinos de Macau podem perder três mil ME nos próximos seis meses – Fitch

LUSA
06-02-2020 10:14h

A agência de notação financeira Fitch Rating apontou hoje que os casinos de Macau, que foram obrigados a encerrar devido ao surto do novo coronavírus, podem perder três mil milhões de euros nos próximos seis meses.

Em comunicado, a agência prevê uma “queda de 50% e de 25% nas receitas no primeiro e no segundo trimestre, respetivamente, em Macau”.

O que “resulta um declínio agregado de 3,3 mil milhões de dólares (3 mil mil milhões de euro no fluxo de caixa para todas as seis operadoras de Macau”, acrescentou a Fitch.

A Fitch observou ainda que a queda de quase 80% do número de visitantes na capital mundial do jogo durante a semana do Ano Novo Lunar já tinha provocado grandes estragos nas receitas dos casinos.

“Antes do surto, Macau estava a gerar cerca de 100 milhões em receita bruta diária de jogos”, indicou a agência, para concluir que o encerramento destes complexos durante 15 dias provocará perdas de 1,5 mil milhões dólares (1,4 mil milhões de euros).

Contudo, a longo prazo, a Fitch adiantou não esperar “um impacto duradouro para as indústrias de turismo ou jogos de Macau”, apontando que o impacto na receita e no fluxo de caixa sejam apenas temporários.

Por causa do surto do novo coronavírus, a agência prevê que as receitas dos jogos em Macau venham a ser menores do que as de 2019, “embora o grau de declínio seja difícil de determinar até que toda a extensão e a duração do impacto do coronavírus sejam mais claras”.

Os casinos fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas (cerca de 32,43 milhões de euros), menos 3,4% do que no ano anterior.

Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias: Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.

Na terça-feira, o chefe do executivo de Macau, Ho Iat Seng, anunciou que os casinos iam fechar às 00:00 locais e por duas semanas, na sequência da confirmação do décimo caso de infeção no território.

No mesmo dia, o chefe do Governo de Macau determinou também o encerramento de cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de 'bowling', estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret’”.

A frequência dos transportes públicos foi novamente reduzida e todos os parques públicos foram encerrados, à semelhança do que acontece já com os serviços públicos, escolas e espaços desportivos e culturais.

A China elevou hoje para 563 mortos e mais de 28 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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