SAÚDE QUE SE VÊ

Vírus: Líder de Macau agradece à população e adverte que combate entra em fase "dura e difícil"

LUSA
05-02-2020 12:28h

O chefe do Governo de Macau advertiu hoje, numa carta aberta à população, que "os trabalhos de prevenção e combate à epidemia" no território "entram agora numa fase ainda mais dura e difícil".

Na missiva, Ho Iat Seng manifesta "sinceros agradecimentos a toda a população pela compreensão e apoio às tarefas do Governo de prevenção e combate a esta epidemia" e lembra que a "pneumonia viral causada pelo novo tipo de coronavírus" deixa "a saúde da população e a ordem e segurança públicas a braços com ameaças extremamente graves".

Um dia depois de ter anunciado o fecho de todos os 41 casinos de Macau por duas semanas, o líder da região administrativa especial chinesa sublinhou que "os trabalhos de prevenção e combate à epidemia em Macau entram agora numa fase ainda mais dura e difícil".

"Espero sinceramente que todos os funcionários públicos, incluindo os profissionais de saúde das instituições médicas públicas e privadas e os agentes da linha da frente das Forças e Serviços de Segurança continuem a esforçar-se, em conjunto com todos os setores da sociedade, na luta contra a epidemia, protegendo com todas as suas forças a vida e a saúde da população de Macau, ao mesmo tempo que garantem a segurança e a ordem na cidade, para que o funcionamento da sociedade e a vida quotidiana da população regressem à normalidade com a maior brevidade possível", escreveu.

Na terça-feira, dia em que foi anunciado o décimo caso de infeção no território, o chefe do Governo de Macau determinou também o fecho de cinemas, teatros, estabelecimentos de saunas e massagens, bares discotecas e ginásios, entre outros espaços, para prevenir o risco de contágio do novo coronavírus chinês.

O chefe do executivo assinou um despacho relativo às “medidas especiais” com efeito a partir de hoje.

“São encerrados os cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de 'bowling', estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret’”, pode ler-se no despacho.

No mesmo texto formaliza-se o fecho dos casinos na capital mundial do jogo: “são encerrados os recintos autorizados para a prática da atividade do jogo”.

A frequência do transporte público foi novamente reduzida e todos os parques públicos vão ser encerrados.

Macau já tinha anunciado em 24 de janeiro a suspensão de serviços, o encerramento de espaços culturais e desportivos, bem com o adiamento do regresso às aulas.

A partir de sexta-feira e até 19 de fevereiro, as missas católicas vão passar a ser transmitidas 'online' para evitar o risco de transmissão do novo coronavírus, indicou a diocese do território.

O Instituto de Ação Social recomendou também aos encarregados de educação que mantivessem as crianças em casa, deixando provisoriamente de as colocar nas creches.

A Direção dos Serviços de Educação informou da suspensão ou adiamento de todas as competições escolares e atividades realizadas por aquela entidade.

O Instituto de Desporto decidiu igualmente encerrar ao público as instalações desportivas, sem adiantar uma data para reabertura daqueles espaços.

Também os centros de atividades, instalações e espaços interiores do Instituto para os Assuntos Municipais foram já fechados temporariamente, até novo aviso.

A estas medidas junta-se a obrigatoriedade de usar máscaras nos transportes públicos e o apelo do Governo para que as pessoas se mantenham em casa, de forma a evitar o risco de contágio do novo coronavírus chinês.

Apesar dos apelos do Governo de Macau para a população manter a calma e que não precisava “de correr” para ir comprar alimentos, assegurando que existem alimentos suficientes em 'stock' e centenas de toneladas de produtos já encomendadas, as pessoas acorreram em massa aos supermercados na terça-feira.

O número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu hoje para 490 e os infetados são agora mais de 24 mil, desde que foi detetado em dezembro passado, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro), anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

MAIS NOTÍCIAS