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Vírus: Hong Kong impõe quarentena a visitantes oriundos do continente chinês

LUSA
05-02-2020 12:06h

Os visitantes que entrarem em Hong Kong a partir do continente chinês vão ser obrigados a um período de 14 dias de quarentena, visando conter a propagação do novo coronavírus, anunciou hoje a chefe do Executivo local.

"A medida é difícil. Mas após este anúncio (...) acredito que o número de chegadas diminuirá", disse Carrie Lam.

A medida, que será tomada através da invocação dos poderes especiais do cargo de chefe do Executivo sob a Ordem de Prevenção e Controlo de Doenças, entra em vigor no sábado, para dar tempo a que os residentes ajustem os seus planos, afirmou.

Lam não referiu o local onde visitantes serão colocados em quarentena.

Carrie Lam acrescentou que dois terminais de cruzeiros, incluindo um onde se encontra atualmente um navio em quarentena, serão encerrados.

O Executivo de Hong Kong está à procura de mais instalações para as pessoas que se encontrem em quarentena, a acrescentar aos três campos atualmente existentes.

A chefe do Executivo disse ainda que a região está a preparar um fundo de 10 mil milhões de dólares de Hong Kong (1,16 mil milhões de euros) para enfrentar a epidemia.

A região semiautónoma de Hong Kong anunciou na terça-feira a sua primeira morte devido ao novo coronavírus e fechou quase todos os postos fronteiriços com o resto do país.

A região reportou seis novos casos, nos últimos dois dias, aumentando o total para 21. Os três casos confirmados na terça-feira não fizeram deslocações recentes ao continente chinês.

"É preocupante (…) Os próximos 14 dias serão fundamentais", admitiu Lam. "Devemos unir-nos e deixar de lado as nossas diferenças, para que possamos vencer esta guerra contra a doença", disse.

Lam admitiu carecer de estimativas sobre quantas pessoas ficarão em quarentena.

"Posso dizer que esta medida é muito rigorosa. Depois de implementamos as medidas anteriores, o número de entradas diminuiu de 170.991, em 29 de janeiro, para 28.675, em 04 de fevereiro, este número certamente cairá ainda mais após a última medida", defendeu.

A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Foram 64 as mortes na China registadas nas últimas 24 horas, segundo as autoridades de Pequim.

A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

 

 

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