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Vírus: Instituto Pasteur de Dacar partilha conhecimento com especialistas da região

LUSA
05-02-2020 10:16h

O Instituto Pasteur de Dacar, designado pela União Africana como um dos dois centros de referência em África para a deteção do novo coronavírus, vai receber nos próximos dias especialistas de 15 países do continente africano.

O administrador-geral do Instituto Pasteur de Dacar, Amadou Alpha Sall, está a preparar um seminário que será realizado de quinta-feira a sábado, na capital senegalesa para troca de informações sobre o novo coronavírus.

Durante três dias, especialistas, nomeadamente da Etiópia, África do Sul, Gana, Zâmbia e Costa do Marfim trocarão informações com colegas do Senegal.

"Estamos prontos e se os outros países também estiverem prontos, isso protegerá todos", observou Sall.

“Avaliação e partilha de conhecimento” será o primeiro tema do seminário, coorganizado pelo Instituto Pasteur e pelos Centros da União Africana para Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a empresa alemã TIB Molbiol.

A seguir, haverá um treino prático em técnicas para detetar o novo vírus, partilha de informações entre laboratórios, definição de métodos para o envio de amostras entre países e aspetos relacionados com a investigação científica.

"Se uma amostra chegar ao Instituto Pasteur, podemos dar um resultado em três horas. Todos esses países já têm muita experiência com o [vírus] ‘influenza’ e são bem treinados na ferramenta de diagnóstico em tempo real. Agora precisamos que treinem um protocolo específico para o novo coronavírus”, disse o chefe do centro de referência da gripe e dos vírus respiratórios do Instituto Pasteur, Ndongo Dia.

Outras reuniões serão organizadas com outros países, porque o objetivo é "criar uma rede para continuar a acompanhar a evolução desse vírus", destacou o chefe do departamento de virologia do Instituto, Ousmane Fall.

A África foi poupada por enquanto do surto do novo coronavírus, mas os Governos do continente adotaram medidas preventivas, principalmente em portos e aeroportos.

Ser capaz de contar com diagnósticos rápidos e confiáveis será essencial em caso de suspeita, mas nem todos os países africanos têm capacidades adequadas.

No Instituto Pasteur de Dacar membros de uma equipa científica em trajes especiais trabalham na nova doença há vários dias em laboratórios seguros.

Três amostras suspeitas chegaram de países africanos para análise em Dacar e todos tiveram um resultado negativo, de acordo com uma fonte médica.

A China elevou hoje para 490 mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Foram 64 as mortes na China registadas nas últimas 24 horas, segundo as autoridades de Pequim.

A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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