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Vírus: Medidas contra o surto em Macau afetam formação de 800 alunos de português no IPOR

LUSA
05-02-2020 09:04h

As medidas para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus estão a afetar 800 formandos do Instituto Português do Oriente (IPOR), que está a apostar no ensino por videoconferência, disse hoje à Lusa o diretor da instituição.

O acompanhamento está a ser feito à distância, com os professores a trabalharem a partir de casa, adiantou Joaquim Coelho Ramos.

“O que estamos a fazer é criar estratégias de contingência que passam pela organização de grupos-tarefa compostos pela direção, em permanência, por um elemento administrativo (…) e por um ou dois professores, embora o corpo docente continue a trabalhar a partir do domicílio”, explicou.

“O que está a ser preparado tem naturalmente a ver com respostas diretas à evolução que a situação vai sofrendo, mas para já compreende um plano de formação através de videoconferência”, acrescentou.

O responsável da instituição sublinhou que se mantém o acompanhamento “de caráter pedagógico e científico dos alunos porque, sobretudo no ensino das línguas, é fundamental manter uma prática constante”.

O maior problema reside na resposta às formações que são ministradas para fins específicos, como é o caso daquelas dirigidas a membros da administração pública de Macau, português jurídico, para a área económica e para o setor da saúde, exemplificou.

“Todos estes programas tiveram de ser ou adiados ‘sine die’ ou sofrer de facto estas medidas de acompanhamento permanente, através, por exemplo, e para já, de videoconferência e trabalho, não de forma direta, mas diferida”, frisou Joaquim Coelho Ramos.

“Só na área dos formandos do curso geral e de formações que integram profissionais da função pública estamos a falar de 800 aprendentes diretamente afetados, o que implica um esforço, uma alteração de logística bastante significativa no IPOR”, concluiu.

O Consulado-geral de Portugal estima que existem 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

Na terça-feira, no dia em que foi anunciado o 10.º caso de infeção em Macau e o fecho dos casinos durante duas semanas, o chefe do Governo de Macau determinou também o fecho cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de 'bowling', estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret’”.

A frequência do transporte público foi novamente reduzida e todos os parques públicos foram encerrados, à semelhança do que acontece já com os serviços públicos, escolas e espaços desportivos e culturais.

O número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu hoje para 490, e o total de pessoas infetadas aumentou para 24.324, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.

O novo coronavírus foi detetado em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro do país), colocada, entretanto, sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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