O Governo timorense agradeceu hoje à Nova Zelândia a decisão de acolher um grupo de 17 estudantes timorenses provenientes da cidade chinesa de Wuhan, centro do surto do coronavírus, e que vão ficar de quarentena no país.
"Queremos agradecer o apoio" da primeira-ministra e do ministro dos Negócios Estrangeiros neozelandeses, "num momento difícil" para Timor-Leste, disse aos jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Dionísio Babo.
“Expressamos também a nossa solidariedade e simpatia com o Governo chinês por esta situação. Somos dois países amigos e agradecemos o apoio dado a Timor-Leste e especialmente a estes estudantes”, referiu.
Dionísio Babo acrescentou que a embaixada timorense na Nova Zelândia vai continuar a acompanhar o caso dos 17 jovens que, no final do período de 15 dias de quarentena, viajarão para Timor-Leste.
As autoridades neozelandesas aceitaram um pedido do Governo timorense para acolher o grupo estudantes dada a falta de instalações para os receber em Timor-Leste.
Os 17 timorenses fazem parte de um grupo de 193 passageiros de várias nacionalidades que saiu hoje de Wuhan, capital da província de Hubei (centro), num voo com destino a Auckland, onde é esperado ao final da tarde (hora local).
O Governo timorense aprovou já restrições temporárias à entrada de cidadãos estrangeiros provenientes da República Popular da China, para evitar a propagação do novo coronavírus (2019-nCoV), numa resolução do Conselho de Ministros.
Babo disse que a resolução abre exceções para pessoas provenientes das zonas afetadas pelo surto, nomeadamente no caso de residentes em Díli, que terão que apresentar atestados médicos e ser sujeitos a “controlo médico rigoroso” em Timor-Leste.
Um dos projetos afetados é o da construção do Porto de Tibar, nos arredores de Díli, subcontratado à empresa chinesa China Harbour.
Fonte da empresa explicou à Lusa ter sido decidido que cerca de 90 trabalhadores que estiveram na China para as celebrações do Ano Novo Lunar terão de ficar em quarentena durante 14 dias, período de incubação da doença.
“Depois desse período, serão feitos testes de despistagem e só depois disso poderão voltar a Timor-Leste”, confirmou a fonte.
O número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV), detetado em dezembro passado, subiu hoje para 490, enquanto o número total de pessoas infetadas aumentou para 24.324, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.