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Vírus: Grandes empresas do Brasil que exportam para a China perdem valor de mercado

LUSA
04-02-2020 20:11h

O coronavírus afetou severamente as cinco principais empresas brasileiras que exportam os seus produtos para a China, que sofreram perdas de quase 13 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) no mercado de ações em 12 dias.

Desde o dia 23 de janeiro, quando os temores sobre o vírus se intensificaram, a mineradora brasileira Vale, número um do mundo em produção de minério de ferro, viu a sua capitalização de mercado diminuir em 23,5 mil milhões de reais (5 mil milhões de euros), segundo cálculos do jornal O Globo.

O preço das ações da petrolífera estatal Petrobras, que exporta 78% da sua produção para a China, também caiu acentuadamente, com uma perda total de 17 mil milhões de reais (3,6 mil milhões de euros).

Os investidores afastaram-se destes grandes exportadores temendo que a epidemia piorasse os seus resultados financeiros.

A preocupação com a epidemia viral na China fez com que os preços do petróleo caíssem mais de 20% em um mês.

O jornal brasileiro também citou o caso da Suzano, empresa que atua na produção e venda de celulose, que registou perdas de 6,6 mil milhões de reais (1,4 mil milhões de euros) no mercado de ações, além dos exportadores de carnes JBS (4,5 mil milhões de reais ou 960 milhões de euros) e BRF (2,6 mil milhões de reais ou 560 milhões de euros).

A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Quando a epidemia de coronavírus foi confirmada, era previsível que grandes empresas do país fossem afetadas porque estão muito ligadas à situação económica da China, mas essas perdas são muito maiores do que o esperado.

Analistas avaliam que a extensão real do dano causado depende da capacidade da China de reagir para limitar o impacto económicos dessa crise.

A China elevou hoje para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Foram 64 as mortes na China registadas nas últimas 24 horas, segundo as autoridades de Pequim.

A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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