O Governo de Macau anunciou hoje que os casinos vão encerrar a partir da meia-noite, durante duas semanas, a fim de suster o surto do novo coronavírus, que já infetou dez pessoas no território.
“Decidimos a partir da meia-noite de hoje (16:00 em Lisboa), que 41 casinos, inclusivamente teatros, cinemas, salas de jogos e discotecas, serão suspensos por 15 dias a partir da meia-noite de hoje”, anunciou o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, em conferência de imprensa.
As seis concessionárias prometeram que não vão obrigar os seus funcionários a tirarem férias sem vencimento e que estes vão manter a remuneração durante este período.
Horas antes, o chefe do executivo já tinha anunciado que os casinos vão suspender operações durante duas semanas, na sequência de mais dois casos confirmados do novo coronavírus, um deles numa funcionária de um casino e o outro um motorista de autocarro da Sociedade de Jogos de Macau, fundado pelo magnata do jogo Stanley Ho.
O responsável assumiu ter sido uma “decisão difícil” e que “vai causar muitos danos económicos”, mas que “Macau consegue assumir esse risco”.
Macau tem uma economia altamente dependente da indústria do jogo. Os casinos fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas (cerca de 32,43 milhões de euros), menos 3,4% do que no ano anterior.
Capital mundial do jogo, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias: Sociedade de Jogos de Macau, fundada pelo magnata Stanley Ho, Galaxy, Venetian (Sands China), Melco Resorts, Wynn e MGM.
O líder do executivo disse ainda que os serviços básicos da função pública estão suspensos e que só se vão “manter os serviços urgentes”.
O número de pessoas infetadas em Macau com o novo coronavírus subiu hoje para dez, no mesmo dia em que a China elevou para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Hong Kong anunciou, esta manhã, a primeira morte relacionada com o coronavírus. Um residente de Hong Kong de 39 anos morreu vítima de pneumonia viral causada pelo novo coronavírus, na primeira morte registada na região administrativa especial chinesa e na segunda fora da China continental.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.