Duas grandes cidades no leste da China, a várias centenas de quilómetros do epicentro do novo coronavírus, anunciaram hoje restrições ao movimento dos residentes, para tentar travar a epidemia.
Em Taizhou e em três distritos da cidade de Hangzhou, na província de Zhejiang, apenas uma pessoa por família está permitida sair de casa, a cada dois dias, para fazer compras.
"Estão a fechar bairros e a cortar alguns transportes públicos. As entradas em cada bairro estão a ser controladas, e é proibido sair dos bairros sem usar máscara", descreveu hoje um local à agência Lusa.
As medidas afetam, no total, cerca de 9 milhões de pessoas.
Em Taizhou foram ainda suspensas 95 ligações ferroviárias a partir e para a cidade.
Os proprietários estão ainda proibidos de alugar os seus imóveis a pessoas oriundas de "áreas seriamente afetadas pela epidemia, nomeadamente da província de Hubei", o epicentro da epidemia, informaram as autoridades, em comunicado.
Todos os bairros podem manter aberta apenas uma via de acesso para pedestres e cada pessoa deve apresentar um documento de identidade à entrada e à saída, segundo a mesma fonte.
Estas restrições seguem medidas semelhantes, adotadas no domingo, na cidade de Wenzhou, com 9 milhões de pessoas, e localizada no sul da província de Zhejiang.
Zhejiang confirmou, até à data, 829 casos de pessoas infetadas com o coronavírus, o número mais alto fora da província de Hubei.
A China elevou hoje para 426 mortos e mais de 20 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV), detetado em dezembro passado, na cidade de Wuhan, a capital de Hubei. As Filipinas registaram no fim de semana o único morto fora da China.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na semana passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.