O plano de contingência da Madeira para o novo coronavírus, hoje apresentado ao público, já está em vigor, com as autoridades regionais a assegurarem que existe "capacidade de resposta" face a eventuais casos suspeitos.
"Estou convencido que, na Madeira, poderemos ter algum caso [de infeção]. É evidente, porque somos uma terra de turismo, vêm cá muitos turistas anualmente", disse o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, durante a apresentação do plano de contingência, no Funchal.
O governante vincou que foi montado um sistema de vigilância "muito intenso e apurado" para detetar casos suspeitos, ao nível dos aeroportos, portos, marinas e também nos hotéis, que envolve o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Alfândega, a Direção Regional de Turismo e o Serviço de Informações e Segurança (SIS).
Por outro lado, as autoridades fizeram um levantamento do número de quartos com capacidade para acolher potenciais doentes em isolamento, bem como do número de ventiladores disponíveis nas unidades hospitalares do setor público e privado.
"Se tivermos um caso, se tivermos 10 casos, temos capacidade de resposta", sublinhou Pedro Ramos.
O Plano de Contingência para as Infeções Emergentes - novo coronavírus (2019-nCov) estabelece as normas e as orientações dos profissionais de saúde e bombeiros perante os casos suspeitos, que, a ocorrerem, serão encaminhados para o Hospital Central do Funchal por uma equipa especial de bombeiros.
Todas as entidades regionais receberam informação por parte do Instituto de Administração da Saúde com orientações semelhantes, tendo sido também criada uma linha telefónica de emergência - 800 24 24 20.
A China elevou hoje para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Entretanto, as análises preliminares efetuadas às 20 pessoas repatriadas por Portugal, que chegaram a Lisboa no domingo, tiveram resultados negativos.
Os 18 portugueses e duas brasileiras vão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias em instalações dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa.
A ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, assegurou que os hospitais de Portugal estão preparados para lidar com uma eventual epidemia e que a situação está a ser tratada de forma "tranquila, mas rigorosa".