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Vírus: Governo de Macau torna obrigatório uso de máscara nos autocarros e táxis

LUSA
03-02-2020 10:59h

O Governo de Macau anunciou hoje a obrigatoriedade de utilização de máscara nos autocarros e táxis do território, em mais uma medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus, que em Macau já infetou oito pessoas.

“Os condutores podem impedir a entrada de pessoas” que estejam sem máscara, afirmou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, em conferência de imprensa.

A medida entrou hoje em vigor a partir do meio-dia (04:00 em Lisboa), explicou o Governo de Macau.

Na mesma ocasião, as autoridades informaram que mais de 2,9 milhões de máscaras foram vendidas, desde o anúncio do primeiro caso de infeção em Macau, há duas semanas.

A proibição de entrada sem máscara nos autocarros e táxis é mais uma de muitas medidas anunciadas pelas autoridades de Macau que tentam travar a epidemia do novo coronavírus que se verifica no interior da China.

As escolas continuam encerradas, a esmagadora maioria dos funcionários públicos trabalha de casa até esta sexta-feira, uma medida acompanhada por muitas empresas privadas no território.

Hoje as autoridades anunciaram, na mesma conferencia de imprensa, que as propinas de fevereiro das escolas foram anuladas.

Também as concessionárias do jogo em Macau garantiram hoje que vão providenciar alojamento aos funcionários que vivem na China, anunciou hoje o Governo de Macau.

As concessionarias responderam assim ao apelo feito no domingo pelo Governo de Macau para que as operadoras dos casinos arranjassem alojamento em Macau aos trabalhadores não residentes que vivem na China, de forma a prevenir a propagação do surto do novo coronavírus.

A China suspendeu, esta semana, a emissão de vistos individuais para fora do país.

Centenas de voos de e para Macau foram cancelados, a maioria com destino e chegada na China continental.

A estas medidas juntam-se os apelos constantes das autoridades de Macau de que a população se mantenha em casa e evite “saídas desnecessárias”.

Minutos antes desta conferência de imprensa, a líder do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou que a cidade fechará quase todas as fronteiras terrestres e marítimas para o continente, a partir da meia-noite, para impedir a disseminação do novo coronavírus da China.

Segundo Carrie Lam, apenas dois postos de controlo de fronteira - a Baía de Shenzhen e a ponte para Macau e Zhuhai - permanecerão abertos.

Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong.

No domingo, as autoridades de Macau anunciaram o oitavo caso de novo coronavírus no território, o primeiro caso de infeção de um habitante de Macau, já que todos os outros contaminados pelo vírus são da cidade chinesa de Wuhan, centro do surto.

A China elevou hoje para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Desde dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países.

No domingo, morreu a primeira pessoa infetada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan.

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