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Sociedade de Emergência Pré-Hospitalar propõe Centro de Formação Avançada

LUSA
19-03-2021 08:28h

A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH) propôs à Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto (ESS-IPP) a criação de um Centro de Formação Avançada em Emergência Médica.

"Esta proposta surge da necessidade premente da introdução da evidência científica e da devida certificação, por parte de uma entidade de nível superior, dos intervenientes na Emergência Médica Pré-Hospitalar", justifica a SPEPH em comunicado, sublinhando que a criação deste centro visa a formação em Emergência Médica não graduada, graduada e pós-graduada.

A SPEPH tem vindo a defender a reformulação da formação de todos os intervenientes na emergência médica, para lhes dar mais competências e autonomia, tendo assinado há um mês um protocolo com a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto para desenvolver formação na área da paramedicina.

Em fevereiro, a SPEPH já tinha proposto, no âmbito da formação, a criação de três novos cursos, defendendo que os técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) deviam passar a ser designados de paramédicos, à semelhança do que acontece noutros países.

A organização defendeu ainda a reestruturação urgente do Sistema Integrado de Emergência Médica e sugeriu a criação dos cursos de Técnico de Emergência Médica – Nível 1, Técnico de Emergência Médica - Nível 2 e Curso de Paramédico - Nível de Ensino Superior, este último a ministrar em faculdade de medicina.

“Esta formação irá indiscutivelmente dotar os operacionais de mais conhecimentos e mais competências, que fazem a diferença entre a vida e a morte”, referia a nota da SPEPH divulgada na altura.

Segundo disse à Lusa Carlos Silva, da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar, “estes cursos seriam abertos a todos os intervenientes na assistência pré-hospitalar, nomeadamente INEM, bombeiros e Cruz Vermelha”.

“Portugal detém um modelo de formação (emergência médica pré-hospitalar) que se encontra claramente descontextualizado, onde os operacionais não detêm competências para atuar da forma como o país e os portugueses merecem e precisam”, considerou a sociedade, dando como exemplo o curso TEPH, ministrado pelo INEM, “que até hoje não foi concluído”.

“Temos a convicção de que estes operacionais poderiam fazer a diferença neste quadro de pandemia que infelizmente vivenciamos”, afirmou.

Na nota divulgada no início de fevereiro, a Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar defendeu a aplicação do termo paramedicina para descrever a disciplina de Emergência Médica Pré-Hospitalar e o título de paramédico para "titulo genérico da pessoa que presta socorro".

"À semelhança de outros países, que assumiram esta designação há cerca de quatro décadas", acrescenta.

Segundo dados do sindicato, há em Portugal cerca de 1.200 técnicos de emergência pré-hospitalar e cerca de 14.000 tripulantes de ambulância de socorro.

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