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Covid-19: UE defende testes regulares em quintas de visons

LUSA
18-02-2021 17:22h

A União Europeia recomenda a realização de testes regulares nas quintas de visons, animais entre os quais foram identificados centenas de milhares de casos de covid-19, e pede que se faça o sequenciamento, indica um relatório divulgado hoje.

Realizado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês) e pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), o relatório foi encomendado pela Comissão Europeia após o aparecimento de surtos do novo coronavírus em quintas de visons de vários países europeus em 2020.

O ECDC recomenda nomeadamente “o controlo e a vigilância das quintas de visons (…) não podendo ser excluída a exposição dos humanos ao SARS-CoV-2” e apela à realização de inquéritos e testes semanais aos animais mortos.

As autoridades pedem igualmente que se realize a “genotipagem sistemática” das estirpes detetadas e que “as sequências do genoma de todos os animais infetados (sejam) partilhadas”.

Face à propagação rápida do vírus nos visons, aliada à recorrência da doença no ser humano, “o objetivo da vigilância deve ser a deteção precoce”, explicam os autores do relatório.

Defende-se os testes periódicos em amostras aleatórias, em vez de se aguardar o aparecimento de sintomas nos animais.

O ECDC e a EFSA identificaram apenas em janeiro um total de 400 quintas de visons atingidas pelo vírus em oito países da zona UE: 290 na Dinamarca, 69 nos Países Baixos, 21 na Grécia, 13 na Suécia, três em Espanha, duas na Lituânia, uma em França e uma em Itália.

Segundo os autores do relatório, o número de visons de criação “diminuiu consideravelmente e numerosos países já proibiram a criação de animais para peles” devido à doença.

Foi o caso – temporariamente – na Dinamarca. Antigo primeiro exportador mundial de visons, o país escandinavo terminou no início de fevereiro o abate dos seus mais de 15 milhões de visons.

A morte de todos os animais foi decidida devido a uma mutação do novo coronavírus que poderia, segundo estudos preliminares, ameaçar a eficácia da futura vacina para os humanos.

Segundo um balanço da agência France-Presse, pelo menos 2.430.693 pessoas morreram em todo o mundo de entre as mais de 109,8 milhões infetadas desde o início da pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019 na China.

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