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Covid-19: “Acredito que mais cedo ou mais tarde vamos ter um tratamento antiviral para o SARS COV 2 ” – afirma diretora do programa de combate às doenças infeciosas da DGS

CANAL S+ / VD
05-02-2021 13:07h

Apesar do momento difícil que o país ainda vive, a infeciologista Isabel Aldir mostra-se esperançosa no aparecimento de um tratamento antiviral para o SARS COV 2 que possa servir de complemento às vacinas existentes.

Em entrevista ao Canal S+, a diretora do programa de combate às doenças infeciosas da Direção Geral da Saúde (DGS) explica que “felizmente o ritmo a que hoje a ciência evolui é muito rápido e muito célere. De tal forma que, em menos de um ano, temos uma vacina disponível. Há meia dúzia de anos atrás nunca imaginaríamos que isso fosse uma realidade”, recorda a especialista em infeciologia que acrescenta, de seguida, que “Também na área do tratamento é provável que surjam novas moléculas e novos tratamentos, e que nós possamos depois ver da sua aplicabilidade para tratar o SARS COV 2”.

Isabel Aldir, infeciologista do Hospital Egas Moniz em Lisboa, aconselha ainda assim os portugueses a manter todos os cuidados e medidas de proteção individual, porque apesar das vacinas “ainda vamos viver com esta realidade muito tempo”. A diretora do programa de combate às doenças infeciosas da DGS justifica as cautelas com a existência das mutações do SARS COV 2 que se multiplicam em todo o mundo.

“Temos de perceber que os micro-organismos têm mecanismos para se adaptarem e continuarem a sobreviver. É neste cenário que surgem as diferentes estirpes”, adianta.

Se noutras pandemias como foi o caso da gripe pneumónica, os vírus responsáveis pela infeção se mostravam menos infeciosos, como se estivessem a “perder força” nas vagas seguintes, no caso do SARS COV isso não sucede.

Isabel Aldir garante que existem várias explicações para o fenómeno.  A infeciologista do Hospital Egas Moniz afirma que “vivemos num mundo muito mais global. Se por um lado temos a mais valia de termos acesso a cuidados de saúde melhores, mais diferenciados e mais completos; Por um lado, temos a facilidade de mobilidade das pessoas o que no combate a uma pandemia não é aspeto favorável. E temos a pressão que nós exercemos sobre os microrganismos: sejam eles bactérias, vírus ou outros. Faz com que a emergência destas estirpes se processe no sentido de tentarem descobrir mecanismos para ultrapassar o nosso controle. Tornam-se mais inteligentes”, conclui.

Neste momento, são conhecidas várias variantes do SARS-COV 2 já com difusão comunitária no mundo. Para além da britânica, há notícia da existência da sul-africana, a brasileira, com origem em Manaus e recentemente a mexicana.

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