A Esquerda – a nova designação da bancada que integra as delegações do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português ao PE – anunciou hoje em comunicado que escreveu a Ursula von der Leyen a convidá-la para a reunião de quarta-feira do grupo.

Isto depois de tomar conhecimento que a presidente do executivo comunitário terá hoje reuniões, separadas e à porta fechada, com outras ‘famílias’ políticas, designadamente o Partido Popular Europeu, Socialistas e Democratas, e Renovar a Europa (Liberais) -, além de, eventualmente, os Verdes.

"É inaceitável que a Comissão se esteja a esconder dos cidadãos da UE em vez de assumir uma verdadeira liderança. Exigimos que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, compareça perante o plenário e responda a questões sobre este escândalo das vacinas. Precisamos de soluções urgentes para esta grande confusão, passando pela tomada de controlo da produção de vacinas para proteger o maior número possível de pessoas no mais curto espaço de tempo", defendeu a copresidente do grupo Manon Aubry.

Questionado sobre as reivindicações dos grupos parlamentares com os quais Von der Leyen não têm reuniões agendadas, o porta-voz da Comissão disse hoje, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, que “a presidente está sempre disponível para os convites que lhe são dirigidos pelo Parlamento Europeu”.

As críticas a Von der Leyen têm subido de tom nas últimas semanas face ao lento processo de vacinação contra a covid-19 na UE e ao incumprimento, pelas farmacêuticas, dos contratos assinados com Bruxelas, e agravaram-se depois do grave ‘lapso’ ocorrido na passada sexta-feira, por ocasião do lançamento do mecanismo de controlo de exportação de vacinas.

Ao fazê-lo, a Comissão desencadeou uma cláusula que revogava o protocolo previsto no acordo do ‘Brexit’ destinado a evitar o regresso de uma fronteira e controlos aduaneiros entre a Irlanda, um membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte, suscitando a indignação de Londres, Dublin e Belfast mas também de muitos responsáveis comunitários.

O erro foi imediatamente corrigido, mas desde então Von der Leyen limitou-se a dar entrevistas a órgãos de comunicação por si escolhidos, não tendo ainda comparecido em qualquer conferência de imprensa, o que também tem motivado muitas críticas por parte dos correspondentes em Bruxelas e da Associação da Imprensa Internacional.

Também questionado hoje sobre quando podem os jornalistas esperar que Von der Leyen compareça na sala de imprensa da Comissão Europeia para responder a questões sobre os problemas verificados na campanha de vacinação contra a covid-19, o mesmo porta-voz, Eric Mamer respondeu que não iria “passar os dias a responder a essa questão”, que é recorrente.

“Virá quando considerar que há uma mensagem a passar e perguntas a responder”, disse, acrescentando que “há outras formas de comunicar com a imprensa” que não em conferências de imprensa, e que essas têm sido exploradas.

A pandemia do novo coronavírus superou os 103 milhões de casos de infeção a nível mundial, com o número de óbitos a aumentar mais de nove mil nas últimas 24 horas, indicou hoje o balanço diário da France-Presse (AFP).

No total, e desde que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi identificado na China em dezembro de 2019, a doença covid-19 já provocou pelo menos 2.237.990 de mortes no mundo.

Por regiões do mundo, a Europa totalizava até hoje (às 11:00 em Lisboa) 743.223 mortes em 33.586.919 casos de infeção confirmados.