A pandemia da covid-19 resultou numa redução de 33% nos pedidos de asilo na União Europeia (UE) nos primeiros 10 meses de 2020, face ao período homólogo, divulgou hoje a Comissão Europeia.
Segundo um comunicado, foram apresentados 390.000 requerimentos (incluindo 349.000 primeiros pedidos) na UE, menos 33% do que no mesmo período de 2019, quebra que o executivo comunitário atribui à pandemia da covid-19.
As passagens irregulares nos postos fronteiriços tiveram uma redução de 10%, no mesmo período, para as 114.300, um mínimo de seis anos.
No final de outubro de 2020, o número de processos de asilo pendentes era de 786.000, 15% menos do que no final de 2019 e a taxa de aprovação em primeira instância, incluindo decisões de concessão de estatuto humanitário, manteve-se nos 43%.
O impacto da pandemia não resultou, no entanto, numa redução uniforme, tendo várias comunidades locais recebido um grande número inesperado de chegadas.
As chegadas em Espanha, em particular nas Ilhas Canárias, aumentaram significativamente (46%, 35.800) em 2020 em comparação com 2019.
Em Espanha, o impacto das restrições da covid-19 nas chegadas irregulares foi temporário, uma vez que desde agosto de 2020, o número de entradas em Espanha foi maior do que em 2019.
A rota Mediterrâneo Central (para Itália e Malta) também viu as chegadas irregulares aumentarem (+154%) entre janeiro e novembro de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.
Houve mais de 34.100 entradas irregulares em 2020, em comparação com quase 11.500 em 2019, com a maioria das pessoas a chegar a Lampedusa.
À exceção de março de 2020, as chegadas excederam consistentemente os níveis de 2019.
Tanto na rota do Mediterrâneo Oriental como em Espanha se verificou que a maioria das entradas é de pessoas originárias de países em crise económica e menos de zonas de conflito.
Nos países de primeira entrada ao longo do Mediterrâneo Oriental a quebra de 74%, para 19.300 deveu-se predominantemente a baixas chegadas da Turquia à Grécia, onde a situação é suscetível de mudar dependendo de diferentes fatores, incluindo a evolução política e económica na Turquia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 11.305 pessoas dos 668.951 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.