No dia em que o Governo, através da task-force liderada por Francisco Ramos, apresentou o primeiro balanço da vacinação em Portugal, Miguel Guimarães mostra-se indignado com o anúncio do Governo em alargar os grupos prioritários do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19.
Em conferência de imprensa conjunta com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o bastonário afirma “os médicos são alvo de desprezo e até de humilhação por parte de quem gere o país”.
Nesta conferência de imprensa virtual, Noel Carrilho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirma ter recebido muitas missivas de médicos revoltados e indignados com a medida de alargar a vacinação aos políticos, numa altura em que ainda não foi concluída a vacinação aos profissionais de saúde.
O dirigente sindical avança que “o processo de vacinação está a ser desorganizado e pouco transparente”.
Ao lado dos representantes dos sindicatos médicos, o bastonário da Ordem alinha nas críticas ao Plano Nacional de Vacinação que “neste momento já ninguém tem dúvidas é um plano que não está operacionalizado, não foi atempadamente organizado.”
Miguel Guimarães lembrou ainda que” Por cada médico infetado ficam sempre por realizar consultas e cirurgias e aumenta a pressão sobre o serviço de saúde”.
Assim sendo, o bastonário afirma estarem a ser preparados todos os recursos aos meios jurídicos e de denúncia pública internacional, com o intuito de fazer respeitar as normas internacionais de vacinação.
Para Jorge Roque da Cunha, secretário geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) “é fundamental organização e controlo no processo de vacinação”, dado que não faltam exemplos um pouco por todo o país de pessoas que foram vacinadas indevidamente, dado que não cumpriam os critérios definidos.
Miguel Guimarães lamenta que a “comunicação não seja transparente” e que “menos de 10% dos médicos fora do SNS e cerca de 30% dos médicos do SNS é que fizeram a vacina”. O bastonário da Ordem dos Médicos lembra que o processo de vacinação contra a COVID-19 é “absolutamente essencial” para o país.
Miguel Guimarães recordou neste encontro com os jornalistas que “Não se salvam os portugueses em escritórios. (…) e que a ordem tem pessoas que estão no terreno que metem a mão na massa”.
O bastonário da Ordem dos Médicos afirma que “não posso aceitar este desprezo… É uma sequência absolutamente lamentável, mas nós não vamos desistir. Vamos usar os meios todos à nossa disposição”, garantiu.
Ao início da tarde, Francisco Ramos, coordenador da task force do Governo para a vacinação contra a COVID-19 apresentou um balanço do primeiro mês de vacinação em Portugal.
Segundo o responsável já foram vacinados 57.500 mil profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde e 1.800 outros profissionais de saúde.