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Covid-19: Portugal apostado em criar programa para facilitar acesso de países africanos à vacina

LUSA
12-01-2021 14:03h

Portugal quer criar um programa de apoio ao acesso dos países africanos à vacina da covid-19, no âmbito da aposta no reforço da relação com África durante a Presidência portuguesa da União Europeia, foi hoje anunciado.

"Neste contexto pandémico, estamos especialmente apostados em desenhar um programa de ajuda aos nossos parceiros africanos no acesso à vacinação contra covid-19", disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, sem avançar mais pormenores.

O novo responsável pela pasta da Cooperação falava hoje durante um seminário promovido pela Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais (ONGD) para apresentar as prioridades da sociedade civil para a Presidência da União Europeia, que Portugal assume no primeiro semestre.

Na sua intervenção, Francisco André sublinhou a importância da parceria com África, que apontou como prioritária para a Presidência Portuguesa.

"O continente africano é hoje o nosso principal foco no plano externo. É uma região absolutamente essencial no presente e no futuro geopolítico da União Europeia", disse.

O governante sustentou que para que haja uma "história de sucesso na Europa" é preciso que esse sucesso seja partilhado com África, algo que, considerou, se tornou evidente com as crises migratória e ambiental e com a pandemia de covid-19.

Francisco André defendeu uma sinergia "cada vez mais construtiva e positiva" entre as "duas margens do Mediterrâneo", na qual a "experiência de relacionamento e parceria" de Portugal com África será "uma mais valia importante no seio da União Europeia".

Apontando o lugar prioritário de África na política externa portuguesa, defendeu que "este é o momento certo para manter esse empenho".

Francisco André adiantou que Portugal apoia e "procurará capitalizar" durante a liderança portuguesa do Conselho da União Europeia "a aposta renovada" da Europa em relação ao continente africano.

Lembrou, neste contexto, que a primeira visita oficial da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi a Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana.

"Cabe-nos mostrar que existe uma narrativa positiva com África, uma relação que é mutuamente benéfica para os cidadãos europeus e africanos, quer seja em termos de segurança, melhores trocas comerciais ou de criação de emprego", disse.

O secretário de Estado, que tomou posse em dezembro, disse ainda que Portugal vai organizar durante o primeiro semestre de 2021 um fórum económico e de investimento verde entre a União Europeia e África, que classificou como "um dos eventos âncora" da Presidência.

O evento, que será coorganizado com o Banco Europeu de Investimento, pretende juntar líderes europeus e africanos, envolvendo governos e setor privado, "com ênfase especial em empresas que deram um salto qualitativo em termos de transição verde e adaptaram os seus modelos de negócio", disse.

Francisco André defendeu também, no contexto europeu, uma "abordagem mais estratégica de cooperação que seja parte integrante da política externa europeia e que contribua para os seus objetivos".

"É essencial explicar aos nossos cidadãos como é que o seu dinheiro é utilizado, como é gasto a promover os interesses e os valores sobretudo da União Europeia e dos seus Estados membros", considerou.

Portugal exerce a presidência do Conselho da União Europeia entre 01 de janeiro e 30 de junho.

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