A China anunciou hoje o encerramento de partes da Grande Muralha e de monumentos emblemáticos em Pequim, como parte das medidas para controlar a propagação do novo coronavírus, que já matou pelo menos 25 pessoas.
Os túmulos imperiais da dinastia Ming e a floresta de pagodes serão fechados a partir de sábado, informaram as autoridades do local.
O Estádio Nacional de Pequim, conhecido como "ninho de pássaro", construído para as Olimpíadas de Pequim em 2008, foi fechado hoje e permanecerá fechado até 30 de janeiro para "prevenir e controlar" a propagação da doença.
Um espetáculo de neve e gelo no recinto do estádio também foi cancelado.
Local simbólico da China e Património Mundial da UNESCO, a Grande Muralha é apreciada pelos visitantes durante as férias do Ano Novo Chinês. No total, atrai cerca de dez milhões de turistas por ano.
O troço da muralha em Juyingguan, a cerca de 60 quilómetros ao norte de Pequim, será fechada. Para a parte da muralha em Simatai (cerca de 110 quilómetros a nordeste da capital), as festividades foram canceladas no templo e testes de temperatura serão impostos a turistas na vila de Gubai, de acordo com um comunicado oficial.
Na quinta-feira, a Cidade Proibida de Pequim, classificada como Património Mundial desde 1987, foi encerrada pelas autoridades chinesas devido à epidemia de um novo tipo de coronavírus.
Segundo um comunicado do museu citado pela AFP, o antigo palácio imperial vai fechar as suas portas a partir de sábado com o objetivo de “evitar os contágios ligados aos agrupamentos de visitantes”.
Em Xangai, a Disneyland anunciou que encerrava, e o Cirque du Soleil anunciou que suspenderia um espetáculo na China, a pedido das autoridades.
A região metropolitana de Wuhan, epicentro deste novo tipo de coronavírus, está a construir um hospital de 25.000 metros quadrados para acolher pacientes do surto da doença.
O novo vírus, que causa pneumonias, foi detetado na China no final de 2019.
O território continental chinês há registo de mais de 800 pessoas infetadas e cerca de 1.000 casos suspeitos, tendo sido detetados outros casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Num esforço sem precedentes para tentar travar a propagação, cancelaram também as comemorações do Ano Novo chinês em várias localidades, incluindo a capital, Pequim.
Em Portugal, e Direção Geral de Saúde anunciou a ativação dos dispositivos de saúde pública de prevenção, enquanto o Centro Europeu de Controlo de Doenças elevou para ‘moderado’ o risco de contágio na União Europeia (UE), continuando a monitorizar a situação e a realizar avaliações rápidas de risco.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), reunido terça e quarta-feira, em Genebra, na Suíça, optou por não declarar emergência de saúde pública internacional, receando que seja demasiado cedo, embora reconheça que há esse risco.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província de Hubei, no centro da China, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.