O Centro Europeu de Controlo de Doenças elevou para ‘moderado’ o risco de contágio na União Europeia (UE) do coronavírus que já matou 17 pessoas, estando atento a novas evoluções, nomeadamente após as comemorações do ano novo chinês.
“O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças [ECDC, na sigla em inglês] está a monitorizar a situação e a realizar avaliações rápidas de risco, tendo verificado na mais recente, feita na quarta-feira, que há uma probabilidade ‘moderada’ de se verificarem casos na UE no Espaço Económico Europeu”, informa o executivo comunitário em resposta escrita enviada à agência Lusa.
Isto representa um “pequeno aumento” face à avaliação dos riscos feito pelo ECDC na semana passada e surge no seguimento da “confirmação da transmissão de humano para humano”, precisou o executivo comunitário.
A Comissão Europeia garante, por isso, que “o ECDC continuará a acompanhar de perto a situação, principalmente tendo em vista as próximas comemorações do Ano Novo Chinês”.
Para já, de acordo com o executivo comunitário, foram adotadas “práticas apropriadas de prevenção e controlo de infeções”, nomeadamente nos países europeus com “vínculos diretos com Wuhan”, como Itália ou França, que têm voos diretos para esta província chinesa.
“Isto faz com que haja uma baixa probabilidade de um caso relatado na UE ter efeitos secundários” como a propagação, sublinha a Comissão Europeia, aludindo às conclusões do ECDC.
Na resposta à Lusa, Bruxelas garante também “acompanhar de perto a situação”, estando inclusive a “coordenar medidas de resposta adotadas pelos Estados-membros por meio de um sistema de alerta rápido, bem como a promover o intercâmbio de informações através do Comité Consultivo para a Segurança e a Saúde sobre possíveis medidas de controlo”.
Até agora, só Itália adotou procedimentos para a triagem nas entradas nos aeroportos de Fiumicino (Roma) e Malpensa (Milão).
A Comissão Europeia afirma ainda que, juntamente com o ECDC, está a envidar “esforços para apoiar a realização de relatórios e ações rápidas de vigilância, caso um caso seja detetado na UE”.
“À medida que a situação evolui, a Comissão e os Estados-membros continuarão a coordenar-se para garantir uma resposta otimizada e alinhada em toda a UE”, vinca Bruxelas.
O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019 e já infetou várias centenas de pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.
Há pelos menos 571 pessoas infetadas só no território continental chinês e foram já detetados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas - Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Num esforço sem precedentes para tentar travar a propagação cancelaram também as comemorações do Ano Novo chinês em várias localidades incluindo a capital, Pequim.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província de Hubei, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se hoje em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus.