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Investigadores alertam para falhas nos registos médicos e defendem auditorias externas

LUSA
22-01-2020 12:46h

Investigadores da Faculdade de Medicina do Porto e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde alertaram hoje para a "falta de qualidade dos dados nos registos de saúde", defendendo a realização de auditorias externas.

“A falta de qualidade dos dados clínicos pode comprometer a comunicação entre os profissionais de saúde, bem como o acesso correto ao diagnóstico do paciente. A recolha e o armazenamento destes dados são essenciais para os tratamentos futuros aos pacientes”, considera Vera Pires, investidora principal do estudo.

Em comunicado, esclarece que a codificação clínica é o processo de transformação das informações contidas nos registos de saúde sobre doenças em códigos numéricos ou alfanuméricos.

Os registos de saúde representam uma fonte de dados sobre o estado de saúde do paciente, de doenças, de progressão da doença, entre outros. Têm a função de ajudar os profissionais de saúde na prestação dos cuidados, constituindo um suporte clínico e legal.

Segundo os investigadores, os clínicos estão “pouco sensibilizados” para a importância destes registos na atividade de codificação.

O estudo em causa, publicado na revista científica Health Information Management Journal, levanta algumas questões quanto à documentação incompleta, que pode prejudicar o processo de codificação.

“De facto, a existência de erros no processo de codificação, como a ausência de notas de alta e relatórios de operatório, não permitem o acesso correto ao diagnóstico do paciente”, explica Alberto Freitas, coordenador do estudo, docente da FMUP e investigador do CINTESIS.

Os investigadores apresentam também um conjunto de soluções para melhorar a qualidade dos registos de saúde.

“Passar a utilizar padrões mais concisos e promover auditorias externas”, são apenas algumas das medidas apontadas para a melhoria da atividade de codificação e da prestação de cuidados.

Por outro lado, a equipa de investigadores defende que deve haver “uma maior consciencialização” por parte dos profissionais de saúde para a importância destes registos.

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