A opinião do professor e investigador de bioquímica, Miguel Castanho, foi dada em entrevista ao Canal S+, num momento em que por todo o mundo, os governos estão a endurecer as medidas de restrição à circulação de pessoas, com o objetivo de travar a pandemia da COVID-19.
O especialista em bioquímica recorda que, sem uma vacina, apenas dispomos de duas “armas terapêuticas”: o distanciamento social por um lado e o uso de máscara por outro.
Miguel Castanho lembra ainda que o uso da máscara na via pública, mesmo que venha a ser obrigatório, não vai ter um grande impacto, dado que os últimos números revelam que grande parte das novas infeções por SARS-COV 2 ocorrem em contexto familiar. O bioquímico tem ainda “muitas reservas” quanto ao uso obrigatório da aplicação Stay Away COVID, que se tem vindo a mostrar “inconsequente”.
O Diretor do Laboratório de Bioquímica de Desenvolvimento de Fármacos do IMM João Lobo Antunes é ainda da opinião que “se a aplicação Stay Away Covid era parte da estratégia nacional de combate à pandemia, de uso massivo, devia ter tido outra estratégia de comunicação”, sublinha o especialista dando como exemplo o nome em inglês do aplicativo. “Para ser instrumento de massas tem de ser entendível para a população portuguesa. Dar-lhe um nome em inglês, só é importante para uma lógica de internacionalização”, atesta o professor do IMM João Lobo Antunes.
O Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou ontem em entrevista à TVI que pediu ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, para adiar a discussão em plenário da Assembleia da República da proposta do Governo que pretendia tornar obrigatório o uso da aplicação Stay Away COVID.