O Ministério da Saúde do Brasil informou hoje que 38 macacos morreram desde julho último por febre amarela, lançando o alerta para que a população residente no sul e sudeste brasileiro se vacine contra a doença.
Os dados são do mais recente boletim epidemiológico publicado hoje pelo Ministério da Saúde, que apresenta a monitorização da doença desde julho de 2019 até 08 de janeiro deste ano, referindo ainda que, no total, "1.087 notificações de mortes suspeitas de macacos foram registadas no país".
A morte dos primatas serve como alerta de que a doença pode afetar os habitantes daquela região do país sul-americano.
"Com a chegada do Verão [no Brasil], período de maior ocorrência de doenças transmitidas por mosquitos, como a febre amarela, o Ministério da Saúde alerta a população para tomar a vacina contra a doença. O recado é focado, principalmente, para a população que mora nas regiões Sul e Sudeste do país devido à confirmação de 38 mortes de macacos", advertiu o departamento governamental.
A maioria dos casos de morte de primatas foi registada no estado do Paraná (34), seguindo-se São Paulo (03) e Santa Catarina (01).
Em relação aos casos em humanos, no mesmo período, 327 casos suspeitos de febre amarela foram notificadas, e destes, 50 permanecem em investigação e um caso foi confirmado, tendo a vítima, residente do estado do Pará, acabado por morrer.
O Ministério da Saúde justifica o alerta com o facto das regiões em causa possuírem um "grande contingente populacional e baixo número de pessoas vacinadas", o que contribui diretamente para o aumento dos casos da doença.
O público-alvo para vacinação contra a febre amarela são pessoas com idades entre os nove meses e os 59 anos que não tenham prova de estarem vacinadas.
“Não adianta vacinar um grupo e outro não, já que a febre amarela é uma doença transmitida por um mosquito infetado e ele pode picar qualquer pessoa”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Julio Croda.
De acordo com o executivo brasileiro, atualmente, o país tem apenas registos de "febre amarela silvestre", ou seja, transmitida por mosquitos que vivem no campo e florestas.
Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo mosquito Aedes aegypti) foram registados em 1942, no estado do Acre.
"O macaco, principal hospedeiro e vítima da febre amarela, funciona como sentinela, indicando se o vírus está presente em determinada região", destacou a pasta da Saúde no seu 'site' na Internet.