Há mais de 6 anos que o professor Rufino Silva da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e a interna de oftalmologia Inês Laíns investigam os mecanismos da degenerescência macular da idade (DMI) que ainda é a primeira causa de cegueira no mundo ocidental, acima dos 55 anos.
Um esforço conjunto que levou a dupla de investigadores do AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, - a receber o prémio de investigação clínica mais prestigiado na abertura do último congresso da EURETINA - Sociedade Europeia da Retina.
No Dia Mundial da Visão, numa entrevista ao Canal S+, o professor Rufino Silva que dirige a Seção de Retina do Centro Hospitalar e Universitário dos Hospitais de Coimbra (CHUC) adianta que neste momento Portugal já dispõe de um estudo epidemiológico que começou na Região Centro e que tem agora dados nacionais. Segundo o especialista, “12,9% dos portugueses podem vir a desenvolver formas intermédias e tardias de DMI”.
A viver em Boston, nos Estados Unidos da América desde 2013, a investigadora Inês Laíns tem vindo a desenvolver vários projectos na área da DMI, no Massachusetts Eye and Ear, da Harvard Medical School, onde decidiu fazer a sua especialidade em Oftalmologia.
Ao Canal S+, a investigadora portuguesa explica como metabolómica, que consiste na análise de pequenas moléculas em amostras biológicas, vai permitir predizer a evolução da DMI e sobretudo “reduzir os casos de cegueira associados”.
Com anos de prática clínica no CHUC, o professor de Oftalmologia Rufino Silva mostra-se muito satisfeito com os resultados alcançados e com o prémio que ambos os investigadores receberam na EURETINA – Sociedade Europeia da Retina - e adianta que o projecto vai continuar, nos próximos dois anos, aliando a metabolómica, ao estilo de vida e à nutrição com o intuito de identificar os indivíduos com maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença ocular.
O objetivo dos investigadores portugueses passa por disponibilizar, dentro de alguns anos, um teste simples que permita a qualquer clínico dizer ao seu paciente qual o grau de risco que tem perante a Degenerescência Macular da Idade (DMI), adianta o professor Rufino Silva perante a garantia da investigadora Inês Laíns que a colaboração entre o CHUC e a Harvard Medical School em Boston é de tal forma sólida que só pode dar mais frutos no futuro.
Os investigadores Rufino Silva e Inês Laíns integram a AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem – criada em 1989, é uma organização privada, sem fins lucrativos e tem vindo a destacar-se na investigação clínica europeia sobretudo na área da oftalmologia.