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Covid-19: “Os árabes e os ortodoxos estão-se nas tintas para as regras”, afirma empresário luso-israelita.

CANAL S+ / VD
02-10-2020 13:19h

Roberto Schliesser afirma, em entrevista ao Canal S+, que o país do Médio Oriente se encontra de novo confinado por um período de duas semanas, com possibilidade de renovação por mais duas, por causa principalmente de dois dos maiores grupos religiosos: os árabes, por um lado, e os judeus ortodoxos, por outro.

Schliesser que nasceu em Portugal, mas vive agora em Israel garante que ambos “estão-se nas tintas para as regras” sanitárias, o que tem feito disparar o número de casos de COVID-19 no país.

A 30 de Setembro, Israel registou mais de 9000 novos casos de COVID-19, segundo revelaram as autoridades israelitas.

Roberto Schliesser denuncia mesmo diversos casos de incumprimento das regras como seja um casamento de uma família ortodoxa em Jerusalém que reuniu 1500 pessoas, “todos a abraçarem-se, sem máscara”. Na mesma semana ocorreu um outro casamento, desta vez de uma família árabe que “na cidade de Haifa, no norte de Israel, juntou várias centenas de convidados e foi transmitido live no Facebook”, acusa.

Para o empresário luso-israelita, o país encontra-se a viver um momento político “extremamente complicado”, dado que o Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, continua à frente do governo alicerçado numa coligação com os sectores e os partidos mais conservadores, enquanto enfrenta em Tribunal três processos por suspeitas de corrupção.

Roberto Schliesser garante que “Israel não implementou as regras necessárias” como reforçar os hospitais e as equipas de saúde. De resto, para o empresário “Portugal está muito melhor preparado para enfrentar a pandemia da COVID-19”.

A falta de profissionais de saúde e de Unidades de Cuidados Intensivos nos principais hospitais do país são algumas das fragilidades que Israel procura ultrapassar a todo o custo.

Por outro lado, Roberto Schliesser afirma que o país “tem estado a testar muito mais”, o que obviamente vai conduzir a um número muito mais elevado de casos. “Em Israel são feitos cerca de 70 mil testes diariamente”, afirma.

O governo de Benjamin Netanyahu instituiu coimas de 1200 euros para todos os que não cumprem as regras de distanciamento social ou o uso de máscara em locais fechados.

Porém, segundo Roberto Schliesser muitos são os casos em que os cidadãos preferem pagar a multa e continuar a comportar-se de forma “inadequada”.

O empresário luso-israelita insiste que “o país não precisa de um novo confinamento”, mas sim que todos cumpram as regras sanitárias. De resto, Schliesser atesta que “toda a equipa médica de Netanyahu está contra o novo confinamento”.

O novo confinamento em Israel, decretado pelo Governo de Benjamim Netanyahu, foi aprovado no Knesset (Parlamento) forçando 9 milhões de pessoas a ficar em casa e coincide com o dia mais santo da religião judaica – o Yom Kipur.

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