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Quase um terço do continente ainda em situação de seca apesar do desagravamento

LUSA
08-01-2020 09:50h

A chuva que caiu durante o mês de dezembro levou a um novo desagravamento da seca, mas 37,3% de Portugal continental mantém-se nesta situação, segundo dados do Boletim Climatológico do Instituto do Mar e da Atmosfera.

De acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI) disponível hoje no ‘site’ do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), destes 37,3%, apenas 3,5% são relativos a seca severa (sotavento algarvio).

Os dados indicam que houve em dezembro um desagravamento da situação de seca em Portugal continental, relativamente a novembro.

No final de dezembro, as regiões do norte e centro já não estavam em situação de seca meteorológica, verificando-se o aumento das percentagens nas classes de chuva severa e moderada em grande parte do território a norte do Cabo Mondego.

Na região sul, de acordo com o IPMA, houve um desagravamento significativo da situação de seca meteorológica, persistindo, contudo, seca severa no sotavento algarvio.

O relatório indica que a 31 de dezembro, 31,8% do continente estava em chuva moderada, 24,8% em seca fraca, 18,7% em chuva fraca, 9,5% normal, 9% em seca moderada, 3,5% em seca severa e 2,7% em chuva severa.

A 30 de novembro, 24,5% do continente estava em seca fraca, 23,8% em chuva fraca, 23,3% em seca moderada, 10,9% em seca severa, 9,4 normal, 7,5% em chuva moderada e 0,6% em seca extrema.

O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica.

A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.

Depois, à medida que o défice vai aumentando ao longo de dois, três meses, passa para uma seca agrícola, porque começa a haver deficiências ao nível da água no solo.

Se a situação se mantiver, evolui para seca hidrológica, quando começa a haver falta de água nas barragens. Existe também a seca socioeconómica, que é considerada quando já tem impacto na população.

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA, indica também que o mês de dezembro foi quente em relação à temperatura do ar e chuvoso quanto à precipitação.

Segundo o IPMA, o valor médio da temperatura média do ar em Portugal continental (10,99 graus Celsius) foi superior ao valor normal em 1,02 graus, sendo o terceiro mais alto desde 2000 (mais altos em 2015 e 2000).

Quanto à chuva, o IPMA indica que o valor médio da quantidade de precipitação em dezembro foi superior ao normal, correspondendo a cerca de 127% do valor normal mensal.

O IPMA destaca que desde 2010 não se verificavam valores de precipitação acima do normal no mês de dezembro.

Nas regiões do norte e centro foram registados valores de precipitação muito acima do valor médio, sendo de destacar os maiores valores registados em Cabril, distrito de Bragança, (528 milímetros), Penhas Douradas, na Serra da Estrela, (473 milímetros), Guarda (466 milímetros) e Covilhã, distrito de Castelo Branco, (433 milímetros).

Nas regiões sul, os valores de precipitação foram inferiores ao normal, por exemplo, os 47,9 milímetros de chuva ocorridos em Faro correspondem a cerca de 40% do normal (115,6 milímetros).

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