O médico cubano condenado em 2018 a seis anos de prisão por cinco crimes de violação quando trabalhava no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, nos Açores, foi terça-feira expulso da Ordem dos Médicos, disse fonte oficial.
O presidente do Conselho Disciplinar do Sul da Ordem dos Médicos, Carlos Pereira Alves, disse à Lusa que a decisão de expulsar o médico cubano foi tomada hoje na habitual reunião mensal daquele órgão da Ordem dos Médicos.
Em janeiro de 2018, o tribunal de Ponta Delgada tinha condenado aquele médico cubano a seis anos de prisão pela prática de cinco crimes de violação em 2016, aproveitando-se da ida das mulheres ao serviço de urgência e da confiança que as pacientes nele depositavam.
Apesar da condenação do clínico, o tribunal de Ponta Delgada entendeu na altura que não devia aplicar a proibição do exercício da profissão de médico, alegando que teria de ser a Ordem dos Médicos a fazê-lo, caso assim o entendesse.
Entretanto, o Conselho Disciplinar do Sul da Ordem dos Médicos continua ainda a aguardar por alguns elementos fundamentais para decidir sobre vários processos pendentes sobre o obstetra Artur Carvalho, que não detetou malformações graves num bebé, que acabou por nascer sem olhos, sem nariz e sem parte do crânio no dia 7 de outubro de 2019 no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
"Continuamos à espera do parecer do colégio da especialidade", disse à agência Lusa Carlos Pereira Alves, que considerou não haver ainda uma demora excessiva na resposta.
Carlos Pereira Alves lembrou, no entanto, que o clínico setubalense já foi suspenso por um período de seis meses e afirmou-se convicto de que haverá uma decisão definitiva do Conselho Disciplinar antes de terminar esse período de suspensão.
Questionado sobre o esforço anunciado pelo presidente da Ordem dos Médicos para melhorar a capacidade de resposta ao elevado número de queixas, Carlos Pereira Alves disse que "neste momento o Conselho Disciplinar do Sul já tem "15 relatores efetivos, quando há poucos meses tinha apenas cinco ou seis".
"Mas agora terá que haver também um reforço do apoio de secretariado, administrativo e informático, porque nos últimos três anos têm estado a entrar cerca de 600 reclamações por ano, ou mais, quando há poucos anos recebíamos cerca de metade", disse.