O PCP questionou o Ministério da Saúde sobre que medidas que está a tomar para garantir a abertura da urgência pediátrica de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), assim como os pediatras e outros profissionais necessários.
“Que medidas tem o Governo em vista para garantir a abertura em permanência da urgência de pediatria no Hospital de Torres Vedras”, questionaram os deputados Duarte Alves, Alma Rivera, Paula Santos e João Dias na pergunta parlamentar entregue na segunda-feira.
Os deputados querem ainda saber “para quando está prevista a contratação de pediatras e outros profissionais de saúde” para o hospital de Torres Vedras e se, no âmbito do Orçamento de Estado para 2020, o “Governo pode dar garantias de que as verbas sejam utilizadas para melhorias nos cuidados de saúde em Torres Vedras, assegurando a continuidade das urgências de pediatria”.
Os comunistas defenderam que, “fruto de dezenas de anos de desinvestimento, de suborçamentação e de incentivos à expansão de empresas privadas prestadoras de cuidados de saúde (…), a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde [SNS] em Torres Vedras esteve sempre longe de satisfazer as necessidades das populações da região”.
A falta de pediatras no quadro do hospital “denota bem a forma como o SNS é atacado por quem tem a responsabilidade de o gerir”, sublinharam.
O PCP alertou que a reestruturação de serviços no Centro Hospitalar do Oeste “acaba por castigar fortemente as populações de Torres Vedras e dos concelhos limítrofes, muitas vezes obrigadas a custosas e complexas viagens até às Caldas da Rainha, a dezenas de quilómetros, para terem o acompanhamento médico necessário”.
No sábado, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, questionada se o reencaminhamento de doentes para as Caldas da Rainha é para resolver ou é definitivo, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o assunto está a ser “trabalhado entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a administração do CHO”, admitindo que “a resposta estará sempre dependente do número de pediatras”.
“A afluência que regista a unidade de Torres Vedras leva-nos a refletir sobre a solução mais definitiva”, acrescentou.
Em declarações à Lusa, a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Banza, disse que a urgência pediátrica volta a funcionar sem pediatra entre as 21:00 de hoje e as 09:00 de quarta-feira, problemas que deverão repetir-se durante este mês.
Os doentes que necessitarem desta especialidade são transferidos para as Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.
Os constrangimentos já tinham acontecido no dia 31 de dezembro e entre as 21:00 de quinta-feira e as 09:00 de sábado.
A administradora afirmou que os casos que foram reencaminhados já o seriam mesmo com a urgência a funcionar em pleno, uma vez que obrigavam a internamento.
Cada escala é preenchida por dois médicos de clínica geral e um pediatra.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche e serve cerca de 300 mil habitantes daqueles três concelhos, assim como de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).