O CDS-PP questionou quinta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre as medidas específicas criadas pelo Governo para “garantir a segurança” dos profissionais de saúde e quais resultaram do projeto “para combater a violência” contra estes profissionais.
De acordo com um documento enviado às redações, “face ao aumento preocupante de casos de violência contra profissionais de saúde”, a deputada centrista Ana Rita Bessa questionou Marta Temido sobre que “medidas específicas foram criadas, nos últimos seis meses, por forma a garantir” a segurança destes profissionais.
Mais de 600 incidentes de violência contra profissionais de saúde foram registados nos primeiros seis meses de 2019, sendo que a maioria das notificações respeitam a assédio moral ou violência verbal, segundo dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Além das medidas específicas criadas para combater a violência contra os profissionais deste setor, o CDS-PP questionou o executivo, liderado pelo socialista António Costa, sobre quais dessas medidas “resultaram do ‘projeto inovador’ para combater a violência” contra estes profissionais, criado entre os ministérios da Saúde e das Finanças.
O ministério liderado por Marta Temido anunciou em 31 de maio de 2019 a criação de um projeto para combater a violência contra os profissionais de saúde e que seria alargado a vários locais do país.
Este projeto avançou enquanto piloto no Agrupamento de Centros de Saúde Amadora - Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Brandoa e Unidade de Saúde Familiar Amato Lusitano - e no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), de acordo com um comunicado enviado na ocasião.
Nestas unidades foram identificados profissionais capazes de mobilizar pessoas (gestores de projeto) que fizeram um diagnóstico à situação e estão a trabalhar com os profissionais de saúde para encontrar soluções inovadoras para o problema.
A nota referia que o grupo de participantes abrangeu, entre outros, profissionais que já experienciaram direta ou indiretamente o problema e os envolvidos trabalharam ao longo de três sessões para propor soluções inovadoras para o problema, que seriam depois testadas no terreno.
Entre as soluções propostas contaram-se ações de proximidade com a comunidade, formação, e alterações na sinalética, de equipamentos e nos edifícios, "botões de pânico" ou campanhas de informação.
Ana Rita Bessa quer saber “quantas ‘ações de proximidade com a comunidade, formação, alterações na sinalética, alterações de equipamentos e nos edifícios, botões de pânico ou campanhas de informação” estão a decorrer, ou já foram realizadas, e em que locais do país.
A deputada do CDS-PP perguntou ainda que “resultados concretos” teve a aplicação “no terreno deste ‘projeto inovador’”.
Um médico de clínica geral foi agredido a soco e a pontapé por um doente, durante uma consulta no Centro de Saúde de Moscavide, Lisboa, revelou hoje o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha.
Este é o segundo caso de violência contra um médico em menos de uma semana, quando uma médica da urgência do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, foi agredida por um utente.