O Hospital Geral Provincial da Lunda Sul registou, em novembro, uma média diária de cinco casos de circuncisões mal realizadas a crianças, que chegam àquela unidade hospitalar angolana com hemorragias e infeções.
A informação foi hoje avançada pelo diretor clínico do Hospital Geral Provincial da Lunda Sul, Nelson Capele, que indicou que muitas crianças que tiveram cirurgias de circuncisão tradicional - remoção do prepúcio (pele que cobre a glande do pénis) - mal sucedidas apresentavam febres altas, palidez extrema, retenção urinária e emagrecimento progressivo.
“Muitos destes menores dão entrada no Hospital Geral Provincial da Lunda Sul já num estado avançado do problema, facto que dificulta o tratamento da doença e coloca em perigo as suas vidas”, disse Nelson Capele, citado pela agência noticiosa angolana, Angop.
O responsável avançou que a inexperiência de quem realiza as cirurgias, a falta de higiene nos locais das operações, o uso de material inadequado, entre outros aspetos provocam problemas às crianças, que as podem ficar com deficiências e até estéreis.
Nelson Capele manifestou preocupação pelo elevado número de casos, que podem ainda causar infeções prolongadas e a perda dos órgãos genitais.