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Covid-19: BE quer melhores condições de espera ao ar livre para utentes do Hospital da Feira

LUSA
17-06-2020 11:53h

A coordenação distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda (BE) reclamou hoje melhores condições para os utentes do Hospital de Santa Maria da Feira que, tendo que aguardar no exterior para realizar análises, não podem sentar-se nem abrigar-se.

Em causa estão as restrições sanitárias para contenção da pandemia de covid-19, que impedem a concentração de pessoas em espaços fechados e obrigam agora a que a espera pelo atendimento se faça ao ar livre.

O BE entende a necessidade de se evitarem aglomerados no interior da unidade, mas critica que os utentes do Hospital São Sebastião convocados para análises e outros meios complementares de diagnóstico tenham que "aguardar pela sua vez no exterior das instalações, numa zona onde não existem condições para se sentarem ou esperarem abrigados".

O deputado Moisés Ferreira opõe-se ainda à má programação das comparências - o que a administração do hospital rejeita - e refere que "muitos utentes são convocados para os mesmos horários", o que leva a que todos os cidadãos chamados para as 08:10, por exemplo, tenham que aguardar no exterior sem a devida comodidade - agravada no caso dos seniores e de cidadãos "mais vulneráveis".

"O recomendável será a marcação de exames e consultas para horários específicos e desencontrados de outros utentes, permitindo a deslocação ao hospital sem contato com outras pessoas e, ao mesmo tempo, evitando aglomerações motivadas pela espera", defende o parlamentar.

Essa foi, aliás, "uma das propostas apresentadas pelo BE na iniciativa legislativa que entregou na Assembleia da República, com medidas para a recuperação da atividade assistencial do Serviço Nacional de Saúde".

O partido já questionou o Governo sobre o assunto, procurando apurar as razões pelas quais os utentes não estão a ser convocados "em conformidade com o horário em que efetivamente são atendidos" e tentando saber se serão tomadas medidas "para criar espaços com condições para espera, sempre que a mesma não possa ser evitada".

Contactada pela Lusa, a administração do Hospital São Sebastião começa por afirmar que "a realização de análises e outros meios complementares de diagnóstico está a ser agendada, para cada utente, com horário específico - em horas e minutos - em função das salas disponíveis e dos tempos médios de colheita".

A direção da unidade hospitalar nota ainda que "todo o modelo de agendamento foi implementado com vista ao cumprimento escrupuloso das normas emanadas pela Direção-Geral da Saúde", sendo que o cumprimento dos limites de ocupação "implicou uma redução para um terço da lotação das salas de espera".

A mesma entidade declara, contudo, que "muitos utentes estão a apresentar-se no hospital com bastante antecedência face aos horários agendados, não respeitando os horários de marcação" e motivando, com esse comportamento, aglomerações evitáveis e desnecessárias.

Os profissionais da portaria do hospital têm, por isso, "explicado aos utentes a importância de respeitarem os horários das convocatórias, procurando sensibilizá-los a aguardarem pela hora de entrada nas suas viaturas ou fora do perímetro do hospital", para evitarem concentrações e riscos de contágio.

A administração do São Sebastião apela a que todos cumpram esse procedimento e apelem aos seus familiares e conhecidos no sentido de fazerem o mesmo, em "respeito escrupuloso dos horários de agendamento".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 436 mil mortos, incluindo 1.522 em Portugal.

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