A lavandaria hospitalar que está localizada no Fundão pode estar em risco de fechar e assim deixar no desemprego 25 pessoas, que vão avançar para a greve, disse hoje o Sindicato de Trabalhadores da Indústria de Hotelaria.
Em conferência de imprensa realizada após um plenário, aquela estrutura sindical afeta à CGTP-IN adiantou que os trabalhadores foram “surpreendidos” com uma proposta de rescisão do contrato de trabalho e denunciou o que considera ser uma “estratégia de esvaziamento” levada a cabo pelo SUCH - Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, entidade tutelada pelo Estado que gere esta unidade.
“É incompreensível e inaceitável a forma como a empresa está a destratar os trabalhadores e até com as manobras que está a levar a cabo, numa tentativa, que nos parece, clara, de querer demonstrar que esta unidade não tem trabalho. O que não corresponde à verdade”, afirmou Afonso Figueiredo, dirigente sindical.
Este responsável garantiu que a unidade que serve os hospitais da Covilhã, Fundão e Castelo Branco tem volume de trabalho suficiente para continuar a laborar, mas, segundo diz, estão a ser feitas “manobras imorais” e esta semana parte do serviço começou a ser encaminhada para a estrutura do SUCH em Vialonga, Vila Franca de Xira.
Por outro lado, afirmou, foram dadas indicações aos trabalhadores do Fundão para pararem uma máquina e um grupo de funcionários foi mesmo dispensado de se apresentar ao trabalho na segunda-feira e hoje.
“Tudo isto nos leva a crer que há aqui uma tentativa bastante clara e objetiva de a empresa querer esvaziar esta unidade ou de pôr em causa a sua viabilidade, quando esta é viável e tem serviço para garantir o seu funcionamento”, acrescentou.
Este representante considera ainda “incompreensível” e “inadmissível” que a empresa tenha apresentado como “único argumento” uma alegada redução de serviço devido à pandemia da covid-19 e lembra que as entidades do Estado têm responsabilidades acrescidas.
Segundo os trabalhadores presentes no local, a redução nem sequer foi significativa porque, apesar de haver menos roupa de cama, houve um aumento no número de fardas devido ao reforço das normas de higiene e segurança a que a pandemia obrigou.
Durante o plenário, os trabalhadores decidiram avançar para a greve, tendo apresentado um pré-aviso para o dia 25 de junho, com deslocação às instalações do SUCH em Lisboa e concentrações no Ministério da Saúde e Finanças.
Exigem, desde já, uma resposta por parte do Governo, salientando que não se pode, por um lado, aprovar mecanismos que impedem os despedimentos e simultaneamente ter uma entidade tutelada pelos ministérios da Saúde e das Finanças a querer levar a cabo “um despedimento sem fundamento”.
Afonso Figueiredo deixou ainda um apelo público à intervenção da Câmara Municipal da Câmara do Fundão.
A Lusa contactou o SUCH, mas até às 15:45 não tinha obtido qualquer resposta.