O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou hoje que o Governo "não pode esquecer as suas responsabilidades" no controlo da pandemia da covid-19, insistindo na contratação de médicos especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Não podemos esquecer aquelas que são as nossas responsabilidades individuais ao nível de comportamentos responsáveis, mas também o Governo não pode esquecer aquilo que são as suas responsabilidades", sustentou Bebiana Cunha, deputada do PAN, à saída da oitava reunião entre epidemiologistas e partidos no Infarmed, em Lisboa.
O partido voltou a insistir na "importância do reforço de especialistas em saúde pública", proposta traduzida num projeto que já deu entrada no parlamento e que visa colmatar a falta destes profissionais no SNS.
"Entendemos que é uma medida fundamental na fase em que nos encontramos, precisamos de uma rede de vigilância epidemiológica eficaz, e a prova disso mesmo são precisamente os surtos que temos verificado, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo", argumentou a deputada.
Bebiana Cunha referiu ainda um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, no qual "numa amostra de cerca de nove mil pessoas assintomáticas, mais de 4% estavam infetadas" para concluir que, fazendo a extrapolação para a população portuguesa em geral, pode ser "preocupante".
Para o PAN, é essencial que se garanta a continuação dos testes à população de forma segura, uma vez que "têm sido levantadas muitas questões em relação aos mesmos, nomeadamente o seu grau de fiabilidade", alertou a deputada.
Quanto à abertura do país ao turismo, o partido reconhece a "dependência" do país neste setor, entendendo que esta abertura deve ser feita "com o máximo de segurança e responsabilidade possível".
Nesse sentido, dará entrada esta segunda-feira uma recomendação ao Governo que visa que este siga "as melhores normas e práticas internacionais", como por exemplo, "que as pessoas possam chegar já com um teste feito nas últimas 72 horas".
A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios.
Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.485 pessoas num total de 34.885 contabilizadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).