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Covid-19: Centro Hospitalar do Porto aponta para 100% da atividade cirúrgica entre julho e agosto

LUSA
05-06-2020 17:37h

O Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) espera alcançar os 100% de atividade cirúrgica programada entre julho e agosto e que a “situação fique normalizada até final do primeiro trimestre” de 2021, revelou hoje o conselho de administração.

“Até ao final desta semana estamos nos 70% da atividade normal [no que diz respeito a cirurgias]. Até ao final de junho, progressivamente, chegaremos aos 90%, em julho vamos aproximar-nos dos 100% e a partir de setembro teremos um plano no mínimo de 5% ao mês relativamente a 2019, que foi um ano em que tivemos a maior atividade cirúrgica de sempre. Até ao final do primeiro trimestre do próximo ano, espero que a situação esteja normalizada”, referiu esta manhã o presidente do CHUP, Paulo Barbosa.

O CHUP junta o Hospital de Santo António, o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), o Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório (CICA) e o Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães (CGMJM).

No Hospital de Santo António, no Porto, estão atualmente internados oito doentes infetados com o novo coronavírus, três dos quais em cuidados intensivos.

Paula Barbosa, que falava aos jornalistas depois de ter reunido com o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que o número de infetados neste hospital “felizmente caiu a pique”, mas recordou que “enquanto o vírus permanecer na comunidade, o número pode ser baixo, mas a situação vai permanecer”.

O Hospital de Santo António chegou a ter 330 doentes internados com covid-19, quase 800 em seguimento em domicílio e cerca de 60 em cuidados intensivos.

“Atualmente a situação está controlada. O número de novos casos no Norte tem sido muito baixo. Mas importa dar resposta ao que ficou para trás porque a atividade programada teve de ser reduzida. Tivemos longe de esgotar a capacidade instalada, mas houve períodos em que o crescimento do internamento de doentes foi exponencial”, descreveu Paulo Barbosa.

De acordo com o responsável, de 02 de março a 02 de junho foram operados apenas 33% dos doentes face ao previsível, o que correspondeu a cerca de 4.600 doentes não operados.

Quanto à consulta, o presidente do conselho de administração do CHUP frisou que “o panorama é diferente, porque o recurso à consulta à distância permitiu mitigar muito a dificuldade de acesso ao hospital”, no entanto, de janeiro a junho registou-se uma quebra de 5% em segundas consultas e nas primeiras consultas a quebra andou na ordem dos 50%.

“Já estamos a recuperar. Nas segundas consultas já recuperamos 5%. Nas primeiras ainda estamos 30% a baixo do expectável. As explicações são as restrições de circulação e de acesso, algumas ainda persistem para algumas pessoas, e um número elevado de doentes ainda tem medo de vir ao hospital”, referiu, apontando para 20% de faltas às primeiras, o que corresponde a 500/600 doentes por semana.

Portugal contabiliza pelo menos 1.465 mortos associados à covid-19 em 33.969 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 10 mortos (+0,7%) e mais 377 casos de infeção (+1,1%).

O número de pessoas hospitalizadas subiu de 445 para 475, das quais 64 se encontram em unidades de cuidados intensivos (mais seis).

O número de doentes recuperados é de 20.323.

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