Concessionários e Câmara da Lourinhã vão ter dificuldades em controlar a lotação da praia da Areia Branca e conjugá-la com o número de barracas, reconheceu hoje o vereador da autarquia responsável pela gestão do litoral.
"Vamos ter dificuldade na gestão da lotação na praia da Areia Branca, por ser uma praia urbana e ter mais afluência de pessoas e conjugar as barracas com tudo o resto", afirmou João Serra à agência Lusa.
As dúvidas na gestão da capacidade de carga estendem-se também à praia de Valmitão.
Nas duas praias, a Agência Portuguesa do Ambiente fixou uma lotação abaixo da prevista no Plano de Ordenamento da Orla Costeira: na praia da Areia Branca com 600 utentes, podendo chegar aos 800 na maré vazia, e em Valmitão de 130.
Num verão atípico, o autarca defendeu que, mais do que nas épocas balneares anteriores, é necessário "sensibilizar as pessoas para irem para outras praias" no concelho, para se respeitar a lotação das praias e manter o distanciamento social.
As praias contíguas do Areal Sul e Areia Branca (zona da Foz) são as que apresentam maior capacidade, com 3.200 e 2.300 utentes respetivamente.
Depois, surgem as praias da Peralta (1.400) e Porto Dinheiro (600).
Para o vereador, são "lotações adequadas".
Em resposta à Lusa, o Ministério do Ambiente, que tutela a APA, explicou que a divulgação da capacidade das praias em contexto da pandemia de covid-19 integra "uma consulta informal, logo vai sofrer alterações com base nos contributos recebidos", reforçando que se trata de "um documento em mutação".
No concelho, a época balnear vai decorrer entre 27 de junho e 13 de setembro.
Tendo em conta a existência de limites na lotação no interior de estabelecimentos de restauração e bebidas e como forma de apoiar estes empresários, o município decidiu isentá-los do pagamento das taxas referentes à ocupação de espaços públicos com esplanadas e está a autorizar o seu alargamento.
A Lourinhã regista 15 casos confirmados, dos quais seis se encontram ativos e nove estão recuperados, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje por esta autarquia do distrito de Lisboa.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.383 pessoas das 31.946 confirmadas como infetadas, e há 18.911 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.