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Covid-19: Plataforma Saúde em Diálogo reclama estratégia para a retoma dos cuidados de saúde

LUSA
29-05-2020 15:53h

A Plataforma Saúde em Diálogo e 17 associações de doentes crónicos divulgaram hoje uma posição comum em que pedem às autoridades de saúde que elaborem uma estratégia de segurança para a retoma dos cuidados de saúde hospitalares.

A iniciativa 'Juntos por cuidados de saúde mais próximos e em segurança', apoiada por Ana Paula Martins e Miguel Guimarães, bastonários das Ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos, respetivamente, apela para "um acesso uniformizado aos medicamentos hospitalares" que evite "iniquidades territoriais ou sociais", sugerindo para isso que o acesso gratuito a esses medicamentos através da Operação Luz Verde - que termina a 31 de maio - deve ser renovado de forma a assegurar a manutenção dos tratamentos, assim como evitar a progressão ou agravamento de muitas doenças.

"É importante continuar a assegurar que os cidadãos têm acesso aos seus medicamentos a tempo e horas, evitando que interrompam a sua terapêutica habitual e as complicações associadas a essa descontinuação, evitando ao mesmo tempo deslocações desnecessárias às unidades de saúde", pode ler-se no comunicado.

Apoiando-se nos resultados preliminares do estudo de impacto efetuado aos doentes abrangidos pela Operação Luz Verde, a plataforma refere que "não existe margem para dúvidas sobre o benefício deste tipo de medidas integradas num modelo colaborativo" que fez chegar medicação a cerca de 500 mil doentes.

"Consideramos fundamental que se garanta a continuidade deste acesso de proximidade aos medicamentos hospitalares no período pós-covid-19, a pedido do utente, pelo impacto positivo para as pessoas com doença e seus cuidadores, evitando a descontinuação da terapêutica e contribuindo também para a sua qualidade de vida, ao reduzir gastos, deslocações desnecessárias e o impacto das faltas laborais, o que se traduz também em ganhos visíveis para o Estado", argumenta a Plataforma Saúde em Diálogo.

Num segundo ponto deste comunicado, a iniciativa que reúne os contributos de 17 associações de doentes foca-se no tema da segurança no acesso às unidades de saúde, sublinhando que "é urgente definir uma estratégia imediata que devolva a confiança e a segurança aos cidadãos".

Para isso, entre outras medidas, propõe uma aposta na comunicação direta com os utentes, o estabelecimento de critérios clínicos de prioridade para o retomar da atividade, a adaptação de horários e de espaços tendo em consideração as medidas de proteção e segurança a adotar e da implementação de medidas proteção e segurança nos cuidados de saúde presenciais, assim como o recurso à telemedicina para seguimento de doentes crónicos em determinados casos.

"Será, igualmente, uma oportunidade para equacionar, a curto e médio prazo, a possibilidade da transição de tratamentos realizados em contexto ambulatório para unidades de proximidade ou unidades de hospitalização domiciliária, alargando os benefícios identificados por este tipo de resposta à administração de terapêutica habitual e pontualmente realizada em contexto hospitalar", termina.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Portugal contabiliza pelo menos 1.383 mortos associados à covid-19 em 31.946 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado na quinta-feira.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

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