Os enfermeiros que trabalham para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão fazer greve na quinta-feira e uma concentração junto à sede do organismo para exigir, entre outros, o descongelamento de progressões da carreira.
Em declarações à Lusa, Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), explicou que, de um universo de cerca de “2.800 enfermeiros, mais de metade não tem o seu processo de descongelamento devido”, na generalidade dos casos desde janeiro de 2018, mas também desde janeiro de 2019.
“Tem a ver com um incumprimento da Administração Regional de Saúde (ARS) e do Conselho Diretivo da ARS de Lisboa e Vale do Tejo que devia ter corrigido o descongelamento da carreira de enfermeiros”, começou por explicar o responsável, adiantando que aquilo que foi feito até ao momento foi “de forma irregular” já que não “regularizou completamente as situações”.
De acordo com o sindicalista, está em causa “um conjunto de enfermeiros, provavelmente a maioria, com 23, 24 ou 25 anos de exercício que não foi reposicionado nesse processo de descongelamento”.
Rui Narroni lamentou que estes profissionais com “20 e poucos anos de serviço” estejam a auferir o mesmo salário “que um enfermeiro que ingresse agora na administração pública ao fim do primeiro mês”.
Os enfermeiros da ARS lutam ainda por aquilo que consideram ser a “justa e legal transição” de carreira dos enfermeiros especialistas e designadamente dos que exercem funções de chefia, que avisam estarem a ser “descategorizados pela ARSLVT”.
Rui Marroni lembra também um conjunto de matérias que, no dia a dia, os profissionais se confrontam, nomeadamente, a “falta de profissionais nos centros de saúde que permitam fazer visitas domiciliárias, visitas à escola ou trabalho comunitário”.
À falta de resposta aos dois pedidos de reunião dirigidos ao presidente do Conselho Diretivo (CD) da ARSLVT, em agosto e outubro, os enfermeiros decidiram reunir à porta do organismo porque entenderam “que era altura de ter resposta e resolução dos problemas colocados”.
Segundo Rui Marroni, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses irá entregar um caderno reivindicativo dirigido ao presidente do CD da ARSLVT, onde constam estas e outras questões, algumas das quais já se arrastam há mais de dois anos e para as quais ainda não apresentou qualquer solução até à data.