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Covid-19: Laboratório Nacional de Timor-Leste já com autonomia nos testes

LUSA
07-05-2020 10:00h

O Laboratório Nacional de Timor-Leste (LNTL) está, desde o início desta semana, a realizar as análises à à covid-19, sem necessitar de verificação na Austrália, disse à Lusa um especialista australiano.

“Os resultados que têm sido anunciados esta semana são de testes conduzidos no Laboratório Nacional, sem necessitarem de verificação em Darwin”, disse Josh Francis, um dos especialistas australianos que estão a apoiar o LNTL.

Especialistas da Menzies School of Health Research, incluindo Josh Francis, e da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Timor-Leste têm estado desde o início da epidemia a apoiar as equipas do LNTL, em termos humanos, técnicos e materiais.

A Menzies School e a OMS forneceram os 3.500 testes disponíveis no país desde o início da epidemia, estando em curso esforços da OMS e do Governo timorense, para adquirir mais testes.

Em média, explicou Francis, o laboratório realiza entre 40 e 50 testes tendo, até ao momento, sido testadas quase 700 pessoas, sendo que muitas são testadas mais do que uma vez, nomeadamente para confirmar se continuam ou não positivas.

Salvo casos pontuais, em alguns municípios timorenses, a quase totalidade dos testes foram feitos em Díli e na zona de Liquiçá, a oeste da capital, com o Governo a ampliar, a partir desta semana, o processo a nível nacional.

“Esta ampliação de testes é um passo importante. As equipas estão a ser treinados e isso permitirá fazer essa verificação, para tentar saber se há potenciais casos noutros locais”, disse.

A medida insere-se no esforço de “vigilância sentinela” das autoridades timorenses, que pretendem testar pacientes com problemas respiratórios agudos, comuns no país e seguidos nos centros de saúde, para despistar eventuais casos da covid-19.

De um máximo de 24 casos positivos e quatro considerados prováveis, Timor-Leste tem agora apenas sete casos ativos, não sendo registadas novos contágios da covid-19 desde 24 de abril.

Para Josh Francis, estes resultados mostram “o excelente trabalho da equipa de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde e do laboratório” na identificação, através de rastreio de contactos, alguns casos de pessoas assintomáticas.

“É uma forma muito proativa de trabalhar e de evitar o contágio comunitário”, sublinhou.

Se a tendência se mantiver, Francis mostrou-se otimista que Timor-Leste possa chegar, já na próxima semana, aos zero casos ativos da covid-19.

“Timor-Leste respondeu de forma proativa e mais cedo à pandemia do que outros países. Por isso, agora, temos que aumentar os testes para tentar garantir que isto está contido e perceber se houve ou não qualquer transmissão comunitária”, indicou.

“Se não tivermos novos casos, Timor-Leste pode já na próxima semana chegar a esse momento fantástico, um testemunho do que foi uma resposta proativa e abrangente dos responsáveis do país”, considerou o especialista australiano.

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