A ministra da Saúde lembrou hoje que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nunca teve um crescimento de exploração anual comparável ao reforço orçamental de 800 milhões de euros proposto pelo Bloco de Esquerda para o setor.
“Nunca o SNS teve um crescimento de exploração dessa magnitude. O ano passado o crescimento foi de cerca de 500 milhões de euros e [os 800 milhões] é um número que está para além do que tem sido o aumento do financiamento do SNS”, afirmou.
Questionada pelos jornalistas no final de uma cerimónia sobre os 40 anos do SNS no Palácio da Ajuda, em Lisboa, sobre as medidas apresentadas na segunda-feira pelo Bloco de Esquerda para o setor, entre as quais um reforço orçamental de 800 milhões de euros, a ministra começou por recusar comentar propostas de partidos, mas acabou por dizer que tal valor excede qualquer reforço anual feito até agora.
Marta Temido sublinhou também que o reforço de investimento não é a única questão a ter em conta, afirmando: “Temos estado a trabalhar intensamente com Ministério das Finanças naquilo que é o orçamento de 2020. Preocupa-nos não só a questão do reforço do investimento, mas muito também a forma como esse investimento adicional venha a ser utilizado”.
“Preocupa-nos muito também a gestão eficiente dos impostos de todos, dos dinheiros públicos, e uma luta contínua pela melhoria da eficiência e produtividade do próprio SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, disse.
A governante considerou que “a questão dos valores é uma questão importante”, mas que será para discutir “mais à frente, quando forem conhecidos os valores do Orçamento do Estado proposto pelo Governo”.
“Mas há estas duas dimensões que são relevantes e reúnem largo consenso: não é só a questão de mais disponibilidade orçamental, é também a questão da utilização e da afetação dessa disponibilidade a mais e a da melhoria da eficiência e da produtividade do SNS”, acrescentou.
Sobre a despesa do SNS, a ministra sublinhou que esta tem crescido nos últimos dois anos a cerca de 5,9% a 6%, considerando que este ritmo de crescimento da despesa “também não é sustentável”.
“Temos de fazer um esforço de reforço, mas (….) todos estão conscientes disto: temos de fazer uma melhor gestão e retirar melhor proveito daquilo que foram os 1.400 milhões de euros adicionais que já pusemos no SNS na ultima legislatura, dos profissionais adicionais que entraram no SNS e é o resultado dessas linhas de atuação que poderá dizer qual é o valor mais adequado”, afirmou.