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Covid-19: Rui Moreira diz que desconfinamento era inevitável com economia em “apneia”

LUSA
30-04-2020 21:17h

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que as medidas de desconfinamento anunciadas hoje pelo Governo eram inevitáveis, num contexto em que a economia estava em apneia devido surto de covid-19.

"Parecia-me inevitável que o Governo resolvesse agora começar a abrandar as medidas e não é tanto pela questão sanitária, porque é evidente que vamos correr riscos. A partir de segunda-feira, os riscos que vamos correr são maiores e é possível que venha a haver mais gente infetada", afirmou.

Para o independente, que falava no âmbito da iniciativa "Together we think global" promovida pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), a decisão do Governo assenta na premissa de que o Serviço Nacional de Saúde tem capacidade instalada para acumular um aumento do número de infetados, não se podendo concluir, por isso, que a crise pandémica esteja ultrapassada.

O autarca considera, contudo, que a pior coisa que podia acontecer era o país não ser capaz de "carregar outra vez no botão da economia" e pôr a economia a funcionar e salienta que algumas das atividades que vão ser retomadas são fundamentais para essa retoma.

"Nós estamos em apneia, não estamos a respirar e, se estivermos um tempo em apneia, acabamos por morrer", disse.

Para Rui Moreira, o importante nestas medidas hoje anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, é perceber que elas vão "resultar melhor ou pior em função daquilo que for o comportamento individual e coletivo dos cidadãos, naquilo que é a retoma das várias funções".

"Logicamente, se nós utilizarmos máscaras, se tivermos cuidado de nos proteger a nós e aos outros, se tivermos cuidado de não invadir os espaços mais privados, pode ser que consigamos regressar à normalidade", afirmou, salientando que neste processo foi importante que o Governo tenha ouvido as autarquias.

O Conselho de Ministros aprovou hoje o plano de transição de Portugal do estado de emergência, que cessa no sábado, para o estado de calamidade e que prevê a reabertura da atividade económica e social.

Entre outras medidas, o Plano de Desconfinamento do Governo, prevê que o comércio local, cabeleireiros, manicures e similares, livrarias e comércio automóvel retomam atividade na segunda-feira e os restaurantes e cafés em 18 de maio.

Na conferência de imprensa que sucedeu ao Conselho de Ministros, António Costa reiterou que o Governo definiu "um quadro de medidas que entram em vigor de 15 em 15 dias: 04 de maio, 18 de maio e 01 de junho".

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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