Vinte novas unidades de saúde familiar poderão ser criadas ainda este ano e outras 20 passam a modelo B, que é o mais exigente, com maior autonomia e com mais incentivos financeiros, anunciou hoje a ministra da Saúde.
Numa interpelação do PSD ao Governo sobre a situação da saúde, no parlamento, a ministra Marta Temido indicou que a centésima unidade de saúde familiar (USF) foi criada no verão e anunciou a criação de mais novas USF.
“A transformação de 20 USF A para B irá ocorrer no próximo dia 01 de dezembro e temos mais 20 novas USF A a poderem concretizar-se este ano, naquele que é o primeiro passo para a generalização do modelo”, anunciou Marta Temido aos deputados.
A ministra recordou ainda que as cirurgias adiadas durante a greve cirúrgica dos enfermeiros já foram realizadas, destacando que o SNS realizou mais 4% de cirurgias em outubro deste ano do que no período homólogo de 2018.
Em resposta à intervenção do deputado do PSD Ricardo Batista Leite, a ministra traçou uma comparação entre o SNS em 2015 e a atualidade.
Em termos de cidadãos sem médico de família, Marta Temido indicou que em 2019 há mais 6% de utentes com médico família do que em 2015.
“São mais cerca de 600.000 portugueses com médico de família, para além de 100 novas Unidades de Saúde Familiar, de 80% de agrupamentos de centros de saúde com respostas de saúde oral, de 78% com respostas de análises clínicas, de 65% com respostas de radiologia e de 60% com rastreios de saúde infantil”, elencou.
Recordou também o aumento da atividade assistencial e o acréscimo de profissionais de saúde.
Nas contas do Ministério, em novembro deste ano há mais 14.784 trabalhadores no SNS do que em finais de 2015.
“Ao longo dos últimos meses fizemos algumas coisas que muitos teimavam em dizer que não íamos ser capazes (…) Sabemos que o SNS não é um sistema perfeito, mas não o queremos substituir por um sistema de seguro público. Queremos melhorá-lo”, afirmou.
O PSD interpela hoje o Governo sobre a “situação da saúde em Portugal”, no primeiro debate do género da legislatura e que conta com a presença obrigatória do executivo.
O debate terá uma duração prevista de 137 minutos e arrancará com intervenções do PSD e do Governo.
A saúde já tinha sido o tema da última interpelação ao Governo do PSD na última legislatura, bem como do último debate temático marcado pelo partido, em 27 de junho, ocasiões em que o PSD abordou as dificuldades no acesso dos cidadãos à saúde e desafiou a ministra do setor, Marta Temido, - que transitou do XXI para o XXII Governo - a assumir que esta área da governação falhou.