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Ébola: Grupos armados atacaram profissionais de saúde que combatem a doença no Congo

LUSA
28-11-2019 10:21h

Grupos armados atacaram e mataram profissionais de saúde empenhados no combate ao Ébola no leste do Congo, revelou hoje o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Estamos com o coração partido porque os nossos piores medos realizaram-se", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social Twitter, sem especificar quantas pessoas foram mortas ou ficaram feridas nos ataques em Biakato Mines e Mangina.

Esta não é a primeira vez que os profissionais de saúde, que tentam conter o segundo pior surto de Ébola da história, foram alvos de ataques.

Na quarta-feira, pelo menos 19 civis foram mortos num novo ataque do grupo armado 'Forças Democráticas Aliadas' (ADF) perto de Beni, leste da República Democrática do Congo (RDCongo), realizado dois dias depois do ataque à missão das Nações Unidas no país.

Os ataques nesta região da RDCongo já levaram a que os socorristas que operavam no combate ao Ébola tenham sido transferidos para o leste da cidade de Beni, depois de a missão das Nações Unidas ter sido atacada na segunda-feira.

“Cada dia em que os profissionais de saúde não têm acesso às áreas afetadas pelo Ébola é uma tragédia que prolonga o pior segundo caso de surto da doença na história”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social Twitter.

Perto de 50 profissionais de saúde foram retirados para a cidade de Goma pela OMS, enquanto 71 ficaram nas zonas afetadas pela doença, de acordo com o porta-voz Christian Lindmeier, que acrescentou que a violência não tem como alvo a OMS ou os socorristas do Ébola.

Ainda que o número de casos tenha diminuído, havendo dias sem que nenhum caso tenha sido registado, qualquer conflito na região onde numerosos grupos rebeldes estão ativos, atrapalha os progressos feitos no combate ao ébola.

Mais de 3.100 casos de Ébola foram confirmados desde agosto de 2018 e 2.100 pessoas morreram.

A OMS declarou que o número menor de casos é encorajador, mas que os protestos recentes em Beni e nas áreas circundantes são “preocupantes”.

Desde que o exército congolês começou uma operação contra os rebeldes ugandeses, no principio do mês, as ADF mataram dezenas de pessoas em ataques sucessivos, o que motivou protestos entre os civis que não se sentem seguros e acusam a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) de inação.

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