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Autarca de Miranda do Corvo considera inadmissível fecho de unidade de saúde

LUSA
28-11-2019 10:05h

O presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, considerou inadmissível a falta de assistentes técnicos na Unidade de Saúde Familiar (USF) local, que ao início da manhã de quarta-feira esteve algumas horas encerrada.

"Hoje é um dia de enorme revolta perante o colapso total da nossa estrutura local do Serviço Nacional de Saúde e, também, um dia em que o Estado português não assegurou aos mirandenses um dos seus direitos humanos fundamentais: o direito à proteção da saúde", disse o autarca à agência Lusa, citando um ofício que enviou para o primeiro-ministro e Presidente da República.

Segundo Miguel Baptista, "é imperioso e urgente que o Governo, através do Ministério da Saúde, tome medidas de emergência que permitam resolver de imediato a situação injusta e inaceitável que se vive" no Centro de Saúde de Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.

Entre as 08:00 e cerca das 12:00 a unidade esteve fechada, com uma informação afixada na porta a indicar que as consultas de enfermagem e médicas não podem ser realizadas por faltas de assistentes técnicos.

Para o presidente da Câmara de Miranda do Corvo, esta situação "era do pleno conhecimento da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e do Ministério da Saúde, pois foi em devido tempo denunciada pelo município e pela diretora da USF".

"Trata-se de uma situação demasiado grave e que poderá continuar a arrastar-se se nada for feito", sublinhou o autarca, exigindo a regularização da situação com a entrada ao serviço de "pelo menos" quatro assistentes técnicos.

O autarca adiantou ainda que logo que teve conhecimento da situação se deslocou à USF e reuniu com a diretora "de modo a resolver a situação insustentável vivida na manhã de hoje", além das "diligências efetuadas para as entidades competentes".

No ofício enviado ao primeiro-ministro e Presidente da República, Miguel Baptista recorda as "situações de rutura" vividas em dezembro de 2018 e em julho deste ano por falta de médicos e enfermeiros, que foram apenas parcialmente resolvidas no caso do pessoal de enfermagem.

O encerramento na manhã de hoje da USF de Miranda do Corvo ficou a dever-se a baixa médica dos técnicos administrativos, justificou a ARSC.

"A unidade de saúde reabriu por volta das 11:00 e está a funcionar dentro da normalidade, tendo o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACeS PIN) providenciado a colocação de três assistentes técnicos administrativos que se manterão em funções até ao regresso dos colegas", refere um comunicado da ARSC enviado à agência Lusa.

A reabertura não evitou que dezenas de utentes tenham sido privados de cuidados de saúde durante a manhã de hoje, dia de mercado em Miranda do Corvo e durante o qual os munícipes têm acesso a transportes públicos que não se realizam nos outros dias.

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