O PAM prevê que há cerca de 20 milhões de pessoas em nove países da África Oriental – Burundi, Djibuti, Etiópia, Eritreia, Quénia, Ruanda, Somália, Sudão do Sul e Uganda – que não têm alimentos assegurados.

O PAM assinala que ainda que estes países não acumulem muitos casos de infeções desde o início da pandemia, as suas fracas economias e frágeis sistemas de saúde tornam a região particularmente vulnerável aos impactos da crise.

“As projeções do PAM apontam que o número de pessoas em insegurança alimentar na região cresça para entre 34 e 43 milhões durante os próximos três meses devido ao impacto socioeconómico da covid-19”, afirmou a porta-voz da agência da ONU Elisabeth Byrs, citada pela agência France-Presse.

A responsável acrescentou que, no pior cenário, “a insegurança alimentar terá mais que duplicado”.

Byrs assinalou que o PAM necessita de mais de 500 milhões de dólares (461 milhões de euros) para os próximos três a seis meses para aumentar as suas operações no Corno de África e na África Oriental.

Na ótica da porta-voz, a pandemia de covid-19 criou “uma crise sem precedentes”.

“Não é apenas um problema no lado da oferta, como a seca ou os gafanhotos, ou no lado da procura, como a recessão. São ambos, ao mesmo tempo, e numa escala global”, vincou Byrs.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 832 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África alcançou as 1.467, de acordo com dados divulgados hoje de manhã pela União Africana.

No total, foram registados 33.273 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.