O presidente do Health Cluster Portugal defende que o setor da saúde deve ser uma prioridade e que o dinheiro que lhe é destinado deve ser olhado como um investimento, e não como uma despesa.
“A saúde é um setor económico dos mais relevantes, dinâmicos e competitivos em Portugal. Muitas vezes olha-se para a saúde como fator de despesa, mas não é assim, é um setor com valor económico concreto”, afirmou Salvador de Mello.
Em declarações à agência Lusa a propósito da 10.ª conferência do Health Cluster Portugal, que hoje decorre em Lisboa, Salvador de Mello reconheceu que “há desafios relevantes de financiamento do sistema” e sublinha que o setor “terá de ver o seu financiamento reforçado”.
“É evidente que há desafios relevantes de financiamento do sistema, eles são inquestionáveis, e o setor terá de ver o seu financiamento reforçado.(…) A prioridade que o Governo quer colocar na saúde espero que leve a um aumento do financiamento do sistema, não para despesa e porque é um custo, mas sim porque é um setor que representa um valor económico muito substancial para o país”, afirmou.
O responsável recordou ainda que “foi por reconhecer o valor económico do setor” que foi assinado com Governo um pacto com o 'cluster' da saúde, com um conjunto de medidas.
Estas medidas “visam que haja um olhar económico do setor, e não só um olhar setorial, que olha muito para a despesa, e bem, pois o sistema tem de ser gerido de forma eficiente, mas muito do dinheiro que é posto no setor deve ser encarado numa lógica de investimento e de valor económico”.
O Health Cluster Portugal tem mais de 170 associados, com cerca de 279 mil postos de trabalho e 27 mil milhões de euros de volume de negócios. Tem como objeto principal a promoção e o exercício de iniciativas e atividades para consolidar um polo nacional de competitividade, inovação e tecnologia de vocação internacional.
Salvador de Mello é também presidente do Grupo José de Melo Saúde, detentor dos hospitais CUF, que no passado mês de setembro comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que fechou o primeiro semestre com uma subida de 63,1% nos lucros, para 22,4 milhões de euros, face ao período homólogo de 2018.