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Covid-19: Hospital de Santo António no Porto recebe câmaras de proteção profissional

LUSA
27-04-2020 11:09h

O movimento “Todos Por Quem Cuida” entrega hoje ao Hospital de Santo António, no Porto, as primeiras câmaras de proteção profissional ao ato de entubação, de um total de 500 unidades a distribuir em todo o país.

Criado para “entregar material determinante para a segurança e qualidade dos cuidados prestados aos portugueses durante a pandemia da covid-19”, o movimento “Todos Por Quem Cuida” vai oferecer câmaras de proteção profissional ao ato de entubação a todos os hospitais do país, de forma a reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e outros agentes infecciosos durante estes procedimentos, que se realizam nos blocos operatórios e nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

“No total, serão entregues 500 unidades em todo o país, no âmbito de uma ação da conta solidária criada pela Ordem dos Médicos e Ordem dos Farmacêuticos, com o apoio da Apifarma [Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica] e da sociedade civil”, adianta o movimento em comunicado.

Segundo refere, as 500 caixas de proteção serão entregues progressivamente “aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também do setor social e privado”.

Com esta oferta, o fundo pretende "dar o seu contributo a todos os hospitais do país, com a oferta de um equipamento validado por técnicos que pode ajudar a minimizar o risco a que os profissionais de saúde estão expostos, nomeadamente neste tipo de procedimentos que são praticados nos blocos operatórios e nas UCI de todo o país”, refere.

As ‘caixas de entubação’ são um equipamento de proteção para os profissionais de saúde que precisam de realizar procedimentos em que existe um elevado risco de produção de aerossóis, como a entubação e/ou extubação de doentes.

“Estas caixas funcionam como uma barreira física entre o doente e os profissionais nestes momentos, mantendo a visibilidade do procedimento durante a sua execução”, lê-se no comunicado.

Destacando que “estes são dos procedimentos com maior risco de infeção pelo novo coronavírus, dada a elevada aerossolização associada”, o movimento refere que, “com estes equipamentos, diminui-se significativamente o risco, com a vantagem de serem equipamentos reutilizáveis”.

“De ressalvar, contudo, que a utilização destas caixas não exclui a utilização dos restantes equipamentos de proteção individual e as medidas de higienização já conhecidas”, nota.

As caixas de proteção, fabricadas em policarbonato – um material que permite o uso de materiais alcaloides para a sua desinfeção – foram desenvolvidas e testadas por especialistas, em ambiente hospitalar, em parceria com a indústria portuguesa.

O movimento “Todos Por Quem Cuida” diz já ter juntado mais de 700 mil euros e continuar a receber diariamente o apoio de inúmeras entidades e pessoas que desejam ajudar os profissionais que estão na linha da frente a combater a covid-19.

Aberta à sociedade civil, a iniciativa possibilita a entrega de donativos financeiros, mas também de equipamentos hospitalares, equipamentos para proteção individual e outros materiais destinados à segurança e qualidade dos cuidados prestados aos doentes.

O apoio destina-se aos profissionais que estão na linha da frente nos centros de saúde, hospitais, farmácias, lares e outros locais, desde médicos e enfermeiros a farmacêuticos, bombeiros, cuidadores, assistentes operacionais, secretários clínicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e outros, assim como às forças de segurança, bombeiros, cuidadores e outras profissões envolvidas no combate à covid-19.

Os contributos podem realizar-se através de transferência bancária para a conta solidária “Todos Por Quem Cuida” (conta CGD número 0646 017662 930; IBAN PT50 0035 0646 00017662 930 21; NIB 0035 0646 00017662 930 21), sendo que os donativos em espécie e os pedidos de apoio podem ser comunicados à Comissão de Acompanhamento através dos endereços de correio eletrónico todosporquemcuida@ordemdosmedicos.pt e todosporquemcuida@ordemfarmaceuticos.pt.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Portugal regista 903 mortos associados à covid-19 e 23.864 infetados (mais 472), segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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